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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Nova espécie de rã tem tamanho de uma ervilha.

É a mais pequena rã do Velho Mundo, incluindo a Europa, Ásia e África, e uma das mais pequenas do planeta. Do tamanho de uma ervilha, mas de cor amarela, a nova espécie de rã, que nasceu agora para a ciência nas páginas da revista Zootaxa, com o nome Microhyla nepenthicola, foi descoberta na ilha do Bornéu.

A nova espécie de minirrã foi identificada por um grupo de investigadores da Malásia e de Hamburgo coordenada por Indraneil Das, da universidade de Saravak da Malásia.

"Vi alguns espécimens em colecções de museus com mais de um século, que terão sido considerados juvenis de outras espécies, mas percebemos que são adultos da microespécie que agora encontrámos", disse Indraneil Das.

As rãs foram descobertas junto a uma estrada, a caminho do topo da montanha Gunnung Serapi, no Parque Nacional Kubah.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Libelinhas e Libélulas: vorazes predadoras de insectos.

Quatro novas espécies foram encontradas no Parque Natural do Vale do Guadiana. A qualidade da água e a destruição da vegetação localizada junto às margens são a principal ameaça a estes seres que chegam a voar a 30 km/hora.

Moscas, mosquitos, borboletas, abelhas e besouros são verdadeiros petiscos para as libelinhas e libélulas - consideradas por alguns especialistas autênticos "dragões voadores". Os Odonata, ordem a que pertencem, habitam a terra há aproximadamente 300 milhões de anos. Seres esplendorosos, de variadas cores e formatos, são inofensivos para o ser humano e têm uma função ecológica muito importante, uma vez que consomem uma grande quantidade de insectos, muitos deles bastante prejudiciais para o homem.

São conhecidas a nível mundial cerca de seis mil espécies da ordem Odonata, que se dividem em duas subordens: Zigoptera (libelinha) e Anisoptera (libélula). Em Portugal está confirmada a presença de 65. Há cerca de um ano atrás, foram recolhidas e identificadas 12 espécies no âmbito de um estágio no Parque Natural do Vale do Guadiana, quatro delas novas para a região: Sympecma fusca, Coenagrion caerulescens, Gomphus graslinii e Libellula quadrimaculata. Gomphus graslinii tem o estatuto de espécie "em perigo" no Livro Vermelho dos Invertebrados de Espanha e Coenagrion caerulescens está classificada de "vulnerável".

As libelinhas e libélulas ocupam ambientes diferentes nas duas fases de vida: enquanto ninfas habitam rios, ribeiros e lagoas, e os adultos são facilmente observados a sobrevoar os cursos de água e nas suas margens. Dentro do território do Parque Natural do Vale do Guadiana é na ribeira do Vascão que estes Odonatas fazem a postura dos ovos.

As maiores ameaças a estas eficazes predadoras de insectos ocorrem na sua fase larvar. "A principal ameaça para a conservação destas espécies é a poluição da água", refere Cristina Vieira, bióloga que realizou o estágio no Parque do Vale do Guadiana e a responsável pela identificação das espécies. "A agricultura e o pastoreio são também factores de ameaça à sobrevivência das libelinhas e libélulas", acrescenta.

A agricultura é responsável pelo desaparecimento de uma parte importante da vegetação, essencial para as ninfas se desenvolverem. Por outro lado, essa actividade é agravada pelo "comportamento agressivo do gado que, ao pisar as margens da ribeira, destrói a vegetação tão importante para os Odonatas".

Cristina Cardoso, bióloga e técnica superior do Parque do Vale do Guadiana, salienta que a "permanência do gado nas linhas de água e a consequente presença de excrementos (carregados de nitratos) agrava as condições do sistema aquático, prejudicando estas espécies". Por esta altura do ano, em que as secas são uma constante no Baixo Alentejo, nas pocinhas de água (pegos) concentra-se toda a vida, tanto os animais como os nutrientes, mas também os factores de ameaça, tornando as populações mais frágeis. A extracção de inertes, a captação de água dos pegos, a construção de açudes e as alterações climáticas são também ameaças a este grupo de insectos.

No que respeita a medidas de conservação destas espécies, Cristina Vieira refere "a manutenção da qualidade das linhas de água, com especial atenção para a preservação da vegetação ribeirinha existente".

As vigorosas asas permitem às libelinhas e libélulas um voo extremamente rápido (superior a 30 km/hora) e em todas as direcções. Os olhos, compostos por milhares de lentes microscópicas, permitem-lhes ter um campo de visão de quase 360º. Características que facilitam a captação de presas, mas que, ainda assim, não as livram de predadores como as andorinhas, os abelharucos, as garças e os guarda-rios.

sábado, 21 de agosto de 2010

Aquecimento da Terra ditou fim dos mamutes.

Equipa internacional coordenada pela universidade britânica de Durham estudou pólenes antigos e concluiu que os grandes herbívoros perderam as suas pastagens.

A teoria preferida para explicar o fim dos mamutes, há quatro mil anos, tem sido a de que ele foi caçado até à extinção pelo Homo sapiens. Mas afinal não terá sido assim. Um estudo de uma equipa internacional, que olhou para pólenes antigos e fez simulações por computador, diz que o motivo foi a diminuição drástica das pastagens, desencadeada pelo início do período interglaciar que estamos a viver desde há 12 mil anos. Uma explicação que é uma parábola para os tempos modernos, dizem os autores do estudo, que o publicam hoje na revista Quarternary Science Reviews.

As conclusões resultaram de uma investigação mais vasta para caracterizar e datar o clima e a vegetação no hemisfério norte durante e após a última era glaciar. Pelo caminho os cientistas reuniram dados que destronam a ideia de que a extinção dos mamutes - e de outros mamíferos gigantes, como o leão das cavernas ou o rinoceronte lanudo, que desapareceram também por essa altura - ficou a dever-se à caça e à com- petição por território por parte do Homo sapiens.

No final da última era glaciar, há cerca de 12 mil anos, houve um declínio acentuado da produtividade das pastagens no planeta e surgiram vastas áreas florestais.

Estas mudanças nos habitats tornaram a vida mais difícil aos grandes mamíferos, que ficaram com uma disponibilidade alimentar reduzida, e isso coincidiu com o crescimento das populações do homem moderno. Embora muitas das espécies tenham sobrevivido ainda alguns milhares de anos, o seu destino terá ficado traçado nessa alteração radical. "A mudança das ricas terras de pasto em extensas regiões no Norte da Eurásia e Alasca para habitats de tundra muito menos produtivos teve um impacto enorme nas espécies dos grandes herbívoros, como rinoceronte-lanudo e o mamute, que se confrontaram com dificuldades alimentares crescentes", disse o coordenador do estudo, Brian Huntley, da universidade britânica de Durham, notando que " foi o principal factor para a sua extinção".

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Réptil pré-histórico gigante nadava como um tubarão.

Investigadores decidiram revisitar fósseis de um mosassauro que estão no Museu de História Natural de Los Angeles e descobriram que os seus dotes natatórios eram melhores do que se supunha até agora

Os mosassauros, répteis pré-históricos gigantes que chegavam a atingir mais de seis metros, foram grandes predadores dos oceanos durante o Cretáceo, há mais de 90 milhões de anos, tendo-se extinguido provavelmente há 68 milhões de anos. Ao contrário do que se supunha até agora, no entanto, estes animais não se deslocavam nas águas como as enguias, com movimentos idênticos aos das serpentes. Eram antes exímios nadadores, um pouco como os actuais tubarões.

Foi esta a descoberta surpreendente de um grupo internacional de investigadores, que decidiu revisitar um conjunto de fósseis bem preservados de um platecarpo, um desses mosassauros, que estava há várias décadas no Museu de História Natural de Los Angeles (EUA).

A nova leitura anatómica do mosassauro e as radicais implicações que ela teve na interpretação dos seus movimentos natatórios foram publicadas num artigo na revista científica PLoS One na semana passada.

Os mosassauros foram assim chamados porque os primeiros fósseis destes répteis marinhos foram descobertos junto ao rio Mosa, na Holanda, ainda no século XVIII. No entanto, os fósseis que agora foram objecto do novo estudo, são bem mais recentes. Foram descobertos no Kansas, (EUA) em 1969, e pouco depois adquiridos pelo Museu de História Natural de Los Angeles, onde têm estado desde então.

Os quatro autores do estudo - Johan Lindgren, da Universidade de Lund, na Suécia, Michael Caldwell e Takuya Konishi, da universidade canadiana de Alberta, em Edmonton, e Luis Chiappe, o director do Museu de História Natural de Los Angeles - fizeram uma avaliação exaustiva dos fósseis incrustados em quatro lajes de rocha, que contêm a quase totalidade de um espécimen que tem mais de seis metros de comprimento e que "é o mais bem preservado que se conhece no mundo" desta espécie extinta, como explicou o coordenador do estudo, o sueco Johan Lindgren.

Nas lajes, além de grande parte do esqueleto, os investigadores encontraram restos das escamas externas do animal, marcas coloridas da pele, restos do conteúdo do estômago, com peixes, e ainda vestígios bem delineados de uma cauda.

Os cientistas conseguiram demonstrar no seu estudo que a forma do corpo do platessauro e a sua terminação, já na forma de barbatana caudal, evoluíram muito cedo nos mosassauros e que estes eram melhores nadadores do que até agora se supunha. "Este fóssil mostra a evolução em acção e como um design de sucesso se desenvolveu em vários grupos no mesmo ambiente", adiantou por seu turno Luis Chiappe, sublinhando que com este estudo que "fica também demonstrado o potencial para novas descobertas que desafiam as teorias estabelecidas".

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Expedição em 14 países parte à procura de 100 espécies de anfíbios “desaparecidas” .

Nos próximos meses, um conjunto de expedições em 18 países na América Latina, África e Ásia vão procurar 100 espécies de anfíbios que se acreditam potencialmente extintas mas que podem estar refugiadas em alguns locais remotos.

Este é o primeiro esforço internacional coordenado para tentar encontrar estas criaturas “perdidas”, numa altura em que as populações de anfíbios estão a regredir. Os anfíbios são o grupo de vertebrados mais ameaçado do planeta. Na verdade, mais de 30 por cento de todas as espécies estão ameaçadas de extinção. A perda de habitat, doenças (como o fungo cítrico) e alterações climáticas fizeram com que várias espécies desaparecessem sem deixar rasto em apenas uma época de reprodução, salienta a organização Conservation International, que coordena a expedição.

“Os anfíbios são particularmente sensíveis às alterações no ambiente. Por isso, são muitas vezes um indicador do perigo que os ecossistemas correm”, explica Robin Moore, responsável da organização que coordena as expedições.

Ainda assim, o estatuto de muitas espécies continua por conhecer devido à falta de investigação. “Esperamos conseguir respostas definitivas e aprender o que permitiu a pequenas populações sobreviver quando o resto da sua espécie se perdeu”, acrescenta Moore.

“Qualquer que seja o resultado, as conclusões vão aumentar o nosso conhecimento das ameaças aos anfíbios e aproximar-nos das soluções para os proteger”, comenta a Conservation International em comunicado.

“Isto é algo que nunca foi feito antes e é muitíssimo importante não só por causa das ameaças que os anfíbios enfrentam mas também porque representa uma incrível oportunidade para os cientistas redescobrirem espécies há muito perdidas”, comentou Claude Gascon, vice-presidente da Conservation International.

A organização sublinha que os anfíbios têm benefícios para os seres humanos, como o controlo das pragas de insectos que espalham doenças e prejudicam as culturas agrícolas.

'Encruzilhada' ameaça animais de Serengueti.

Construção a partir de 2012 de uma estrada que vai atravessar 53 quilómetros do parque tanzaniano coloca em risco herbívoros que migram para o Quénia.

Todos os anos, a peregrinação repete-se: em Julho, cerca de dois milhões de zebras, gazelas e gnus deixam as áridas pradarias de Serengueti, na Tanzânia, em busca das zonas mais húmidas da reserva Masai Mara, no Quénia. Um ritual que pode ser seriamente ameaçado com a construção a partir de 2012 de uma estrada que vai atravessar 53 quilómetros do parque tanzaniano.

"Estou em crer que a estrada prejudicará a 'grande migração', de tal forma que podia torná-la apenas uma recordação do passado, que as novas gerações não conheceriam", alerta o conhecido paleontólogo queniano Richard Leakey à agência espanhola EFE. Segundo Leakey, a nova estrada, que ao todo se estenderá por 480 quilómetros, "não só funcionará como uma barreira e poderá provocar o atropelamento de animais como facilitará a caça furtiva e permitirá que espécies vegetais invasoras e doenças possam movimentar-se mais rapidamente".

Um dos receios que correm entre a comunidade ecologista é o de que a obra seja entregue a uma construtora chinesa. Um país que acusam de consumir muitas partes de elefantes para fins medicinais, o que poderia acabar definitivamente com um animal já seriamente ameaçado pelo tráfico de marfim no Norte do país. Estimativas apontam que, por exemplo, a população de zebras pode sofrer um declínio abrupto de 1,3 milhões para apenas 200 mil cabeças em pouco tempo.

A Sociedade Zoológica de Franqueforte (SZF), que financia a administração de Serengueti, acompanha o conservacionista queniano nas críticas à medida, ao lembrar que, com o crescimento do comércio naquela zona da África Oriental, "centenas de camiões atravessarão o parque todos os dias". Críticas às quais o presidente tanzaniano responde com garantias de protecção do ecossistema. "Sou um defensor incondicional do meio ambiente e a última pessoa que permitira a construção de algo que destruísse a natureza", garante Jakaya Kikwete. As autoridades da Tanzânia querem apenas "equipar todas as regiões do país com estradas que possam ser usadas sejam quais forem as condições meteorológicas, já que as populações daquela zona também merecem ter acesso a boas infra-estruturas".

Argumentos que ainda assim não convencem a SZF, que contrapõe com um projecto alternativo em que a estrada passaria a sul de Serengueti e que "serviria cinco vezes mais pessoas".

Nova espécie de macaco sob ameaça.

O conflito armado impediu cientistas de confirmarem, durante 30 anos, que estavam diante de um animal desconhecido.

São monogâmicos e é o pai que costuma tomar conta das novas crias. Este é o comportamento atípico de uma nova espécie de macaco, descoberta na Amazónia colombiana. O Callicebus caquetensis, do tamanho de um gato, encontra-se já na lista dos animais ameaçados, por causa da rápida perda de habitat e do seu reduzido número.

A descoberta deste novo macaco titi foi divulgada pela organização Conservação Internacional, depois de uma expedição pela região colombiana de Caquetá.

Há já 30 anos que os cientistas acreditavam que havia uma nova espécie nesta região, mas o conflito armado impediu a realização de uma expedição. Foi apenas em 2008 que Thomas Defler, Marta Bueno e Javier García, na Universidade Nacional da Colômbia.

"Esta descoberta é muito importante, porque ouvimos falar deste animal, mas durante muito tempo não podíamos confirmar que era uma nova espécie. Agora sabemos que é e isso mostra a riqueza e diversidade que ainda existe para descobrir na Amazónia", afirmou Defler - um norte-americano de 68 anos que vive há quase 40 na Colômbia.

Os cientistas e a Conservação Internacional (presente em 40 países) alertam para o risco de extinção desta espécie. "Eles defendem o seu território. Gritam e tentam afastar os membros de outros grupos e espécies, pois têm inimigos, além do homem", acrescentou. Como são pequenos, são caçados pelas boas, algumas aves de rapina e pelo ocelote (durante a noite).