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sábado, 30 de outubro de 2010

O Torpedo que dá choques de 200 volts.

Já é raro aparecer nas redes dos pescadores do Sado. Muito por culpa do aumento da poluição do rio. Mas quem já teve um encontro de 'terceiro grau'
com a tremelga, um dos peixes mais perigosos da costa portuguesa, não o esquecerá tão depressa - "é como meter os dedos numa ficha"


É uma daquelas espécies de peixe que não dá nas vistas. Apenas porque raramente se mostra. Tem apetência por estar parada, lá bem nas profundezas macias, até aos 150 metros, mas não se importa de explorar os fundos próximos da costa. Só que quando a tremelga decide atacar uma presa ou precisa de se defender de predadores, todos os cuidados são poucos. A enorme nuvem de areia que se ergue à sua volta é apenas o aviso de que está por ali uma espécie de "arma de combate", que brilha tanto, que está furiosa e com fome, ao ponto de dar descargas eléctricas na casa dos 200 volts. Não é por acaso que a tremelga surge entre os peixes mais perigosos da costa portuguesa, quando se consulta os livros de boas práticas na pesca desportiva ou mergulho. Quem já experimentou a potência da voltagem faz um relato suficientemente esclarecedor do "encontro". "É como meter os dedos numa ficha. Perdemos o sentido das coisas por um instante. Afinal, ela só quer que a larguem para ir à sua vida. Mas lá que deixa os cabelos em pé..."

A explicação é de Joaquim Sabino Gouveia, um pescador de Sesimbra com formação em Biologia, que não voltou a cometer o erro de retirar tremelgas da rede como de simples raias se tratassem. E se são parecidas aos olhos do cidadão comum! Por exemplo, no rio Sado o torpedo-marmota é quase uma réplica fiel. É preciso conhecer alguns pormenores. A principal referência recai sobre os cinco enormes ocelos azuis. Encontram-se sobre o disco, simetricamente dispostos, bordeados por um anel mais escuro e outro mais claro.

Talvez seja o suficiente para não deixar escapar a presença daqueles dois órgãos eléctricos reniformes bem desenvolvidos e fortes. Visíveis externamente, principalmente entre os maiores exemplares, que podem atingir o imponente comprimento de 60 centímetros.

Os indivíduos mais pequenos desferem descargas eléctricas menos contundentes, equivalentes, contudo, à potência de 50 e 80 volts. Todavia, é com recurso aos órgãos eléctricos que a tremelga lança ataques fulminantes às suas presas, escolhendo, sobretudo, peixes de dimensões mais reduzidas, embora na sua dieta também caibam pequenos invertebrados e alguns crustáceos.

É curioso, ainda assim, o facto de esta espécie estudar bem a "refeição" antes de partir para o ataque. Não arrisca em se defrontar com outros peixes de maior envergadura, pelo que só quando tem certeza do que realmente quer, é que se ergue dos fundos dos mares, revolvendo tudo à sua volta, mesmo quando os movimentos são ténues e lentos.

Esta "confessa" apreciadora do descanso e do sossego - é capaz de estar parada horas a fio, como se de um sono profundo se tratasse, confundindo-se com a areia - foge das águas ambientalmente desfavorecida. O aumento da poluição no Sado, com a instalação de novas fábricas, tem-se revelado um obstáculo à nidificação desta espécie. Já lá vai o tempo em que apareciam com frequência na rede dos pescadores; nos últimos anos a tremelga começou a escassear por estas paragens. "Ainda há alguma, mas não se compara com há uns 20 anos", lamenta o pescador/biólogo. A despoluição do Tejo, pelo contrário, tem-se revelado um "chamariz interessante" para este peixe.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Borboletas-monarcas usam plantas contra parasitas.

As borboletas-monarcas desenvolveram um comportamento aparentemente com um objectivo medicinal em relação à sua descendência. A observação foi feita por biólogos da universidade norte-americana de Emory e publicada na revista Ecology Letters.

"Demonstrámos que algumas espécies de plantas das quais se alimentam as larvas podem reduzir a infecção por parasitas nas borboletas-monarcas", explicou o investigador Jaap de Roode, que coordenou o estudo.

A equipa demonstrou também que as borboletas infectadas preferem depositar os ovos em plantas que diminuem a infecção. "Isso sugere que as borboletas-monarcas evoluíram no sentido desta capacidade de medicar os filhos", sublinhou o mesmo investigador.

Até hoje, poucos estudos foram feitos sobre a capacidade de automedicação dos animais. Esta investigação oferece provas "muito fortes" nesse sentido.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

'Tyrannosaurus rex' praticava canibalismo.

Estudo agora divulgado, após análise de fósseis, revela que o rei dos dinossauros comia elementos da mesma espécie.

O rei dos dinossauros, o Tyrannosaurus rex, não só comia espécies de dinossauros mais pequenas como também comia elementos da mesma espécie, revela um estudo ontem publicado na revista PLoS ONE.

A descoberta surpreendeu a comunidade científica, que sabia da superioridade do Tyrannosaurus rex face a outras espécies, mas desconhecia que provavelmente se comiam entre si.

Paleontólogos dos EUA e do Canadá estavam a analisar fósseis para outro estudo sobre as marcas de dentes de mamíferos em ossos de dinossauros quando o investigador Nick Longrich, da Universidade de Yale, detectou um osso com umas marcas especialmente grandes. De acordo com Longrich, tendo em conta a idade e a localização dos fósseis, a marca só podia ter sido feita por um Tyrannosaurus rex.

"É o tipo de marca que qualquer carnívoro grande podia ter feito, mas o Tyrannosaurus rex era o único grande carnívoro no Oeste da América do Norte há 65 milhões de anos", afirmou o cientista.

Depois de analisar uma dúzia de ossos de Tyrannosaurus rex em várias colecções de diferentes museus fósseis, o investigador descobriu três ossos de pata e um osso de uma extremidade superior que mostraram evidência de canibalismo, uma percentagem que os especialistas consideram significativa.

"É surpreendente a frequência com que parece ter acontecido", afirmou Longrich, referindo, no entanto, que não é possível compreender, para já, o que isto significa.

Descoberta uma nova espécie de carnívoro.

É o primeiro carnívoro descoberto nos últimos 24 anos, mas o seu futuro é incerto devido às ameaças ao seu 'habitat'.
É do tamanho de um gato, embora não pese mais de meio quilo, tem uma pelagem castanha escura e uma longa cauda e é uma nova espécie de carnívoro, que foi descoberta na lago de Alaotra, em Madagáscar. É o primeiro carnívoro descoberto desde há 24 anos, mas é também um dos mais ameaçados do mundo, alertam os seus descobridores, uma equipa de biólogos da Durrel Wildlife Conservation Trust.

O novo mangusto, baptizado com o nome científico de Salonia durrelli, foi pela primeira vez avistado durante uma expedição promovida pela fundação Durrell para realizar um censo da população dos lémures naquela região de Madagáscar, ainda no ano de 2004.

Nessa altura, quando os biólogos avistaram o pequeno animal a nadar na lagoa e a passear-se pelas terras alagadas em volta, suspeitaram que poderia tratar-se de uma nova espécie. E afinal não se enganavam.

No ano seguinte, uma nova missão de biólogos da fundação conseguiu capturar um exemplar e o seu estudo, em colaboração com especialistas do Museu de História Natural de Londres, acabou por confirmar a nova espécie de mangusto. O seu nome é uma homenagem ao naturalista e escritor britânico Gerald Durrell, que faleceu há 15 anos. O seu legado acabou por favorecer também a descoberta desta nova espécie. No entanto, o futuro deste carnívoro "é muito incerto", alertam os biólogos. A rápida expansão da agricultura na região é uma ameaça séria.

domingo, 3 de outubro de 2010

Lince-ibérico em Portugal é tema de seminário.

No Ano Internacional da Biodiversidade, a Liga para a Protecção da Natureza (LPN) vai realizar o 1.º Seminário do Lince-Ibérico em Portugal.

A iniciativa, que decorrerá de 28 a 29 deste mês na Universidade do Algarve, irá abordar os projectos de conservação in situ do lince-ibérico que estão a decorrer em Portugal; os programas de reprodução em cativeiro; e a gestão de áreas de interesse para a conservação e o envolvimento da sociedade na conservação desta espécie. O lince-ibérico (Lynx pardinus), pouco maior que um gato doméstico, é a espécie de felino mais gravemente ameaçada de extinção.

Pinguim gigante viveu há 36 milhões de anos.

Tinha o dobro do peso do pinguim-imperador e mais 30 centímetros do que este, chegando aos 1,5 metros de altura.

Uma equipa de paleontólogos norte-americanos descobriu o fóssil de um antigo pinguim gigante que viveu há mais de 36 milhões de anos no Peru. O Inkayacu paracasensis, ou "rei das águas", media mais de 1,5 metros de altura, tinha o dobro do peso do pinguim-imperador e estava coberto de penas castanhas e cinzentas. A descoberta permite perceber melhor a evolução desta aves, segundo o estudo publicado na revista Science.

"Antes da descoberta deste fóssil, não tínhamos qualquer indicação sobre as penas, a sua cor e a forma dos membros destes antigos pinguins", explicou Julia Clarke, da Universidade do Texas. "Tínhamos várias perguntas e esta é a primeira hipótese de respondermos", acrescentou a principal autora do estudo.

O fóssil - que foi baptizado de "Pedro" - foi encontrado por um estudante peruano na Reserva Nacional de Paracas e mostra que o formato dos membros e das penas evoluiu muito cedo, enquanto as cores - hoje o preto e branco, em vez do castanho e cinzento - só terão surgido mais recentemente.

É a forma dos seus membros e o modo como as penas criam uma camada protectora que permite que os pinguins sejam tão bons nadadores. "Uma coisa que é interessante é que a profundidade a que os pinguins de hoje conseguem mergulhar está relacionada com o seu peso", disse Clarke à BBC. "Quanto mais pesado, mais fundo vai. Se isto for verdade para qualquer pinguim, então estes gigantes atingiam profundidades muito diferentes dos de hoje."

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Falcão-da-rainha visita Portugal no inicio do Outono.

Durante a migração, a península de Sagres, os cabos de São Vicente e Espichel ou a lagoa de Santo André são os locais onde se poderá avistar esta espécie, considerada nativa de Portugal, mas que nunca foi muito abundante no País. Pressão urbanística no litoral tem vindo a afastar a ave do território nacional.

Falcão-da-rainha é uma ave de rapina veloz e ágil que nos anos oitenta do século passado foi considerada extinta como reprodutora em Portugal. No entanto, no final do Verão e no início do Outono, quando acontece a migração, o elegante falcão passa pelo território português e pode ser avistado em zonas costeiras como na península de Sagres e no cabo de São Vicente (Algarve) e, mais raramente, no cabo Espichel e na lagoa de Santo André (Santiago do Cacém, Alentejo).
Também conhecida como falcão-de-eleonor, esta ave, considerada nativa de Portugal pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), nunca foi muito abundante (como nidificante) no País. "Na década de 80, havia uma colónia com cerca de dez casais, nas falésias, próximo da Ericeira, mas terá sido destruída nessa altura", conta ao DN Domingos Leitão, da SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves).
Sendo uma espécie costeira, enquanto reprodutora, a ave de rapina foi afectada pela pressão humana exercida sobre o litoral, nomeadamente no que respeita ao turismo, que lhe retirou os locais de nidificação. O lugar mais próximo de Portugal onde esta espécie de falcão ainda nidifica é nas ilhas Baleares, em Espanha.
A dieta alimentar do falcão-da-rainha é constituída maioritariamente por grandes insectos, entre eles as libelinhas, as borboletas, as cigarras e os gafanhotos. Mas desde o final de Julho e até Outubro passa a alimentar-se quase exclusivamente de pequenas aves como as cotovias, as andorinhas e as petinhas.
A característica mais peculiar desta espécie rara de falcões é o facto de atrasar a sua época de reprodução - começa em Julho, bastante mais tarde quando comparada com as outras aves migratórias, que se reproduzem na Primavera. O falcão-da-rainha atrasa a reprodução para que a altura em que os juvenis precisam de alimento coincida com o influxo de aves migratórias que voam sobre o Mediterrâneo e, desta forma, dispor de mais mantimento para si e para as suas crias.
Depois da reprodução, o falcão-da-rainha, de tamanho médio, cor escura, asas e cauda compridas, migra para a África continental e para a ilha de Madagáscar, onde passa o Inverno. Retoma uma dieta alimentar baseada em grandes insectos. Surge no Mediterrâneo em Abril.
Apesar de o seu estatuto de conservação ser pouco preocupante, o esbelto falcão-da-rainha está sujeito a diversos factores de ameaça nos locais onde cria e durante a migração. "As principais ameaças são a destruição de habitat, os problemas graves de perseguição directa (caça) e as pressões a que está sujeito durante a migração, que se revela muitas vezes uma jornada bastante perigosa", explica Domingos Leitão.
A Grécia é considerada o país mais importante para a preservação e conservação do falcão-da-rainha, pois, durante a época de reprodução, alberga aproximadamente 85% da população mundial da espécie. Por ser uma das espécies de aves mais importante da Grécia, já foi sujeita a diversos projectos e medidas que visam a sua protecção a longo prazo.
O falcão-da-rainha vive em colónias e chega a ser confundido com o falcão-peregrino que, no entanto, é maior e tem a cauda mais curta. Em Portugal, é uma espécie migradora de ocorrência ocasional.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Polinização das abelhas está a perder intensidade.

Pela primeira vez um estudo demonstra efeitos da redução das populações.

Há crescentes provas de um declínio nas populações de abelhas e os cientistas pensam que isso terá um efeito negativo na agricultura, mas pela primeira vez foi publicado um estudo que demonstra uma quebra na polinização produzida pelas abelhas. As consequências são potencialmente catastróficas na produção de alimentos, mas o estudo complica a questão, ao sugerir que as alterações climáticas podem ser uma causa secundária.

As abelhas são dos insectos mais activos na polinização das plantas. A polinização por insectos ocorre quando os animais, ao tocarem nos estames das flores, carregam consigo as células reprodutoras masculinas (pólen) que depositam no receptor feminino, estigma, de outra flor. Ora, com o declínio das populações de abelhas, constatado em muitos locais, é natural que ocorra uma diminuição da polinização e, portanto, na produção agrícola. Isto preocupa muitos cientistas, já que tem consequências na produtividade dos campos e poderá dificultar a alimentação da humanidade.

Faltavam as provas científicas deste efeito. O estudo de James Thompson, do Departamento de Ecologia da Universidade canadiana de Toronto, tem por isso grande importância, por ser o primeiro que analisa a questão a médio prazo e que inclui resultados de longos ensaios de campo.

Durante 17 anos, os cientistas mediram a polinização na flora selvagem de uma zona nas Montanhas Rochosas, no Colorado, EUA. Compraram até os terrenos, para garantir que não haveria interferência humana externa nestes ensaios.

Os declínios na polinização das abelhas verificaram-se ao longo dos anos, mas também no início de cada temporada, o que os cientistas explicam com o crescente desfasamento entre o ciclo das plantas e o fim da hibernação das abelhas daquela região. Foram realizados ensaios de controlo em que as plantas eram polinizadas pelos cientistas. O declínio das abelhas e também da polinização foi aumentando ao longo do tempo.

Por outro lado, os cientistas pensam que as alterações climáticas causaram o desfasamento entre a data do fim da hibernação e a abertura das flores. Em conclusão, a polinização tornou--se vulnerável a pequenas alterações, mesmo num ambiente relativamente livre de intervenção humana.

Entretanto, surgiu outra informação preocupante sobre o estado das populações de insectos polinizadores. Ontem, foi também divulgada a conclusão de um estudo britânico, segundo o qual a população de abelhões no Reino Unido está à beira da extinção.

Estes insectos tornaram-se tão escassos que se reproduzem em linhas geneticamente aparentadas, tornando-se mais susceptíveis a infecções por parasitas. Vulneráveis a doenças, estes insectos ficam em risco de extinção, afirmam os cientistas da Universidade de Stirling.

No Reino Unido, há ainda 24 espécies diferentes de abelhões, das quais pelo menos um quarto em grandes dificuldades de sobrevivência. Nas últimas décadas, desapareceram pelo menos duas espécies de abelhões no Reino Unido.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Baratas usadas em antibióticos.

Ingleses descobriram que o cérebro das baratas e o dos gafanhotos têm substâncias que podem ser usadas na cura de doenças.

Podem ficar sem comer cerca de um mês, possuem alta resistência à radiação (dez vezes mais que os humanos), adaptam-se a uma enorme variedade de condições e podem até desenvolver tolerância contra alguns tipos de veneno. Agora, o cérebro das baratas pode ser a chave na luta contra algumas doenças. Um grupo de investigadores descobriu que o cérebro destes insectos tem diversos químicos que podem ser usados para se fazerem antibióticos contra doenças que são bastante resistentes a medicamentos.

Um estudo conduzido por cientistas britânicos sobre o cérebro das baratas e o dos gafanhotos descobriu um número de químicos que podem matar micróbios como o SARM (ver caixa). Os investigadores esperam que esta possa ser uma arma poderosa para impulsionar a diminuição do número de antibióticos usados para tratar vários tipos de infecções bacterianas.

Na pesquisa, que foi divulgada num encontro da Society of General Microbiology, descobriram-se nove tipos diferentes de químicos nos cérebros de gafanhotos e baratas, todos eles com propriedades antibacterianas fortes o suficiente para matar noventa por cento de SARM sem danificar qualquer outro tipo de células humanas.

Simon Lee, da Universidade de Nottingham, é o autor do estudo. Para o cientista, é a capacidade das baratas em viver na sujidade e em condições infecciosas que faz o cérebro destes insectos ter este tipo de componentes. "Eles devem ter qualquer tipo de defesa contra microorganismos. Pensamos que o sistema nervoso das baratas precisa de ser constantemente protegido, porque se este for abaixo o insecto acaba por morrer. Apesar disso podem sofrer danos nas estruturas periféricas sem que isso aconteça", explicou à BBC News.

Agora espera-se que estes componentes possam ser usados no tratamento de infecções que já são resistentes aos mais variados tipos de medicamentos, como o E. coli - que pode provocar gastroenterites, infecções urinárias, apendicites ou meningites - e o SARM, que estão a tornar-se difíceis de tratar, mesmo usando os antibióticos mais poderosos.

"Um rácio de mortes de 90% é um valor muito alto. Mesmo depois de ter diluído a substância, o que significa que havia apenas uma pequena quantidade dela na solução." Os antibióticos convencionais reduzem o número de bactérias e deixam o nosso sistema imunitário tratar do resto do problema. Por isso, para se ter algo com tanto poder de eliminação, que é também tão potente numa dose tão pequena, é bastante promissor", disse Simon Lee.

Apesar da novidade, os componentes ainda vão precisar de anos de testes para se avaliar a segurança e a eficácia antes de serem desenvolvidos medicamentos para o mercado.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A guerra das estrelas.

Se as partir, multiplicam-se. As estrelas-do-mar podem ser uma verdadeira praga para pescadores e donos de viveiros de ostras. Mas são indispensáveis ao equilíbrio ecológico.

As estrelas-do-mar têm uma característica que as torna únicas - sempre que perdem um dos braços, regeneram-no. E se o braço partido levar consigo um pouco que seja do corpo (basta um quinto do disco central), dá origem a uma nova estrela-do-mar. Um fenómeno curioso mas que transforma as estrelas-do-mar em verdadeiras pragas, capazes de devorar recifes de coral e campos de bivalves, para desespero dos criadores de ostras.

Nas águas portuguesas existe uma espécie, a Coscinasterias tenuispina, conhecida como blue sea star (pelos tons azul-lilás que apresenta), que tem grande facilidade em perder os braços e os regenerar. "Ficam uns mais curtos que outros e é das únicas em que os braços não são necessariamente cinco ou múltiplos de cinco, como acontece com quase todas as estrelas-do-mar." Quem o diz é Dora Jesus, bióloga marinha, que, nos anos 90, fez um dos únicos estudos que existem no País sobre as estrelas.

Ao todo, no mundo existem 1500 espécies de estrelas-do-mar, nenhuma delas unicamente portuguesa. Mas encontram-se ao longo de toda a costa. "Não existe informação em relação ao número de indivíduos nem sobre o Estatuto de Conservação. Nada nos permite saber se são abundantes no País, ou até se estão em expansão", salienta a bióloga.

Sabe-se apenas que se distribuem de acordo com as suas próprias características de habitat, que variam entre águas frias ou quentes. Temos estrelas-do-mar provenientes da zona do Mediterrâneo, outras com características das águas boreais (que ocorrem também no Norte da Europa) e ainda com características das águas africanas (no caso da Madeira). Há também espécies nos Açores, características das Caraíbas, que são trazidas pela corrente do Golfo.

Para sobreviverem nas nossas águas precisam de temperatura e nutrientes. "A alimentação é o mais importante. Mas, no caso de fazerem a reprodução sexuada, necessitam também de outros exemplares da espécie." É raro encontrar estrelas-do-mar em grupos. "São animais sedentários que precisam de correntes para se deslocarem. Mas às vezes são levadas pelas redes de arrasto."
São consideradas uma praga, constituindo um problema para a ostreicultura, "pela força que os braços têm em abrir as conchas e pela capacidade de deitar o estômago para fora quando comem". E é muito frequente os pescadores encontrarem-nas agarradas às armadilhas e redes, comendo os peixes que lá ficam. "Vêem-se muitas estrelas nas rampas dos portos, que são atiradas fora, quando as redes saem da água", explica Dora Jesus.

O seu apetite voraz coloca-as como predadoras de topo da cadeia alimentar. "São capazes de comer peixes inteiros." Em Espanha são responsáveis por elevados prejuízos económicos, sendo necessário, muitas vezes, retirá-las à mão da água. Mas a solução não é parti-las... em menos de um mês estarão totalmente regeneradas ou até duplicadas.

Dora Jesus alerta ainda para a necessidade de manter o equilíbrio dos habitats. "Retirar algumas dezenas de estrelas-do-mar por dia numa mesma zona é sinónimo de mais ouriços-do-mar", um outro predador, da mesma família dos equinodermes, capaz de transformar as pradarias subquáticas em verdadeiros desertos.

Por isso, quando se sentir tentado a levar para casa, no final do dia de praia, uma bonita estrela-do-mar (uma brincadeira que todos fizemos em criança) pense duas vezes. Até porque, como explica a bióloga, "nem todas servem para secar e servir de adorno. Em Portugal, temos muito poucas que tenham essa capacidade. A maioria das espécies de Asteroidea tende a desfazer-se e a ficar gelatinosa". E vai para o lixo...

Formigas conseguem afastar elefantes.

Cientistas americanos descobriram que as formigas são capazes de proteger dos elefantes as árvores onde vivem. Grupos de formigas, cada uma com apenas 5 miligramas, são capazes de afastar elefantes que têm mil milhões de vezes esse peso.

As observações de campo foram realizadas no Quénia, onde os investigadores da Universidade da Flórida constataram que os elefantes esfomeados raramente comiam folhas de uma espécie, a Acacia drepanolobium, árvore que está protegida por formigas capazes de atacar qualquer animal intruso que perturbe a árvore.

As formigas funcionam como protectores das árvores, obtendo em troca um ambiente seguro e alimento vegetal. Os cientistas fizeram várias experiências com elefantes inexperientes para testar a observação. Numa delas, os elefantes podiam comer da sua espécie favorita, Acacia mellifera, mas também da espécie protegida pelas formigas, verificando-se que os animais gostavam de ambas. Quando foram colocadas formigas em apenas uma das espécies de árvores, nas preferidas ou nas outras, os elefantes evitaram sempre as formigas.

A investigação poderá ter implicações na protecção de colheitas, um dos problemas do choque entre humanos e elefantes.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Animal parecido com vespa.

No dia 29 de agosto de 2010 entrou-me um insecto estranho na varanda parecido com uma vespa de patas longas e sem as riscas abituais das vespas (riscas só nas patas) e o mais estranho é que não encontrei na internet nem em livros mas deduso que seja uma especie de vespa.
Cá vai umas fotos:





As imagens não são da melhor qualidade mas dá para observar...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Nova espécie de rã tem tamanho de uma ervilha.

É a mais pequena rã do Velho Mundo, incluindo a Europa, Ásia e África, e uma das mais pequenas do planeta. Do tamanho de uma ervilha, mas de cor amarela, a nova espécie de rã, que nasceu agora para a ciência nas páginas da revista Zootaxa, com o nome Microhyla nepenthicola, foi descoberta na ilha do Bornéu.

A nova espécie de minirrã foi identificada por um grupo de investigadores da Malásia e de Hamburgo coordenada por Indraneil Das, da universidade de Saravak da Malásia.

"Vi alguns espécimens em colecções de museus com mais de um século, que terão sido considerados juvenis de outras espécies, mas percebemos que são adultos da microespécie que agora encontrámos", disse Indraneil Das.

As rãs foram descobertas junto a uma estrada, a caminho do topo da montanha Gunnung Serapi, no Parque Nacional Kubah.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Libelinhas e Libélulas: vorazes predadoras de insectos.

Quatro novas espécies foram encontradas no Parque Natural do Vale do Guadiana. A qualidade da água e a destruição da vegetação localizada junto às margens são a principal ameaça a estes seres que chegam a voar a 30 km/hora.

Moscas, mosquitos, borboletas, abelhas e besouros são verdadeiros petiscos para as libelinhas e libélulas - consideradas por alguns especialistas autênticos "dragões voadores". Os Odonata, ordem a que pertencem, habitam a terra há aproximadamente 300 milhões de anos. Seres esplendorosos, de variadas cores e formatos, são inofensivos para o ser humano e têm uma função ecológica muito importante, uma vez que consomem uma grande quantidade de insectos, muitos deles bastante prejudiciais para o homem.

São conhecidas a nível mundial cerca de seis mil espécies da ordem Odonata, que se dividem em duas subordens: Zigoptera (libelinha) e Anisoptera (libélula). Em Portugal está confirmada a presença de 65. Há cerca de um ano atrás, foram recolhidas e identificadas 12 espécies no âmbito de um estágio no Parque Natural do Vale do Guadiana, quatro delas novas para a região: Sympecma fusca, Coenagrion caerulescens, Gomphus graslinii e Libellula quadrimaculata. Gomphus graslinii tem o estatuto de espécie "em perigo" no Livro Vermelho dos Invertebrados de Espanha e Coenagrion caerulescens está classificada de "vulnerável".

As libelinhas e libélulas ocupam ambientes diferentes nas duas fases de vida: enquanto ninfas habitam rios, ribeiros e lagoas, e os adultos são facilmente observados a sobrevoar os cursos de água e nas suas margens. Dentro do território do Parque Natural do Vale do Guadiana é na ribeira do Vascão que estes Odonatas fazem a postura dos ovos.

As maiores ameaças a estas eficazes predadoras de insectos ocorrem na sua fase larvar. "A principal ameaça para a conservação destas espécies é a poluição da água", refere Cristina Vieira, bióloga que realizou o estágio no Parque do Vale do Guadiana e a responsável pela identificação das espécies. "A agricultura e o pastoreio são também factores de ameaça à sobrevivência das libelinhas e libélulas", acrescenta.

A agricultura é responsável pelo desaparecimento de uma parte importante da vegetação, essencial para as ninfas se desenvolverem. Por outro lado, essa actividade é agravada pelo "comportamento agressivo do gado que, ao pisar as margens da ribeira, destrói a vegetação tão importante para os Odonatas".

Cristina Cardoso, bióloga e técnica superior do Parque do Vale do Guadiana, salienta que a "permanência do gado nas linhas de água e a consequente presença de excrementos (carregados de nitratos) agrava as condições do sistema aquático, prejudicando estas espécies". Por esta altura do ano, em que as secas são uma constante no Baixo Alentejo, nas pocinhas de água (pegos) concentra-se toda a vida, tanto os animais como os nutrientes, mas também os factores de ameaça, tornando as populações mais frágeis. A extracção de inertes, a captação de água dos pegos, a construção de açudes e as alterações climáticas são também ameaças a este grupo de insectos.

No que respeita a medidas de conservação destas espécies, Cristina Vieira refere "a manutenção da qualidade das linhas de água, com especial atenção para a preservação da vegetação ribeirinha existente".

As vigorosas asas permitem às libelinhas e libélulas um voo extremamente rápido (superior a 30 km/hora) e em todas as direcções. Os olhos, compostos por milhares de lentes microscópicas, permitem-lhes ter um campo de visão de quase 360º. Características que facilitam a captação de presas, mas que, ainda assim, não as livram de predadores como as andorinhas, os abelharucos, as garças e os guarda-rios.

sábado, 21 de agosto de 2010

Aquecimento da Terra ditou fim dos mamutes.

Equipa internacional coordenada pela universidade britânica de Durham estudou pólenes antigos e concluiu que os grandes herbívoros perderam as suas pastagens.

A teoria preferida para explicar o fim dos mamutes, há quatro mil anos, tem sido a de que ele foi caçado até à extinção pelo Homo sapiens. Mas afinal não terá sido assim. Um estudo de uma equipa internacional, que olhou para pólenes antigos e fez simulações por computador, diz que o motivo foi a diminuição drástica das pastagens, desencadeada pelo início do período interglaciar que estamos a viver desde há 12 mil anos. Uma explicação que é uma parábola para os tempos modernos, dizem os autores do estudo, que o publicam hoje na revista Quarternary Science Reviews.

As conclusões resultaram de uma investigação mais vasta para caracterizar e datar o clima e a vegetação no hemisfério norte durante e após a última era glaciar. Pelo caminho os cientistas reuniram dados que destronam a ideia de que a extinção dos mamutes - e de outros mamíferos gigantes, como o leão das cavernas ou o rinoceronte lanudo, que desapareceram também por essa altura - ficou a dever-se à caça e à com- petição por território por parte do Homo sapiens.

No final da última era glaciar, há cerca de 12 mil anos, houve um declínio acentuado da produtividade das pastagens no planeta e surgiram vastas áreas florestais.

Estas mudanças nos habitats tornaram a vida mais difícil aos grandes mamíferos, que ficaram com uma disponibilidade alimentar reduzida, e isso coincidiu com o crescimento das populações do homem moderno. Embora muitas das espécies tenham sobrevivido ainda alguns milhares de anos, o seu destino terá ficado traçado nessa alteração radical. "A mudança das ricas terras de pasto em extensas regiões no Norte da Eurásia e Alasca para habitats de tundra muito menos produtivos teve um impacto enorme nas espécies dos grandes herbívoros, como rinoceronte-lanudo e o mamute, que se confrontaram com dificuldades alimentares crescentes", disse o coordenador do estudo, Brian Huntley, da universidade britânica de Durham, notando que " foi o principal factor para a sua extinção".

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Réptil pré-histórico gigante nadava como um tubarão.

Investigadores decidiram revisitar fósseis de um mosassauro que estão no Museu de História Natural de Los Angeles e descobriram que os seus dotes natatórios eram melhores do que se supunha até agora

Os mosassauros, répteis pré-históricos gigantes que chegavam a atingir mais de seis metros, foram grandes predadores dos oceanos durante o Cretáceo, há mais de 90 milhões de anos, tendo-se extinguido provavelmente há 68 milhões de anos. Ao contrário do que se supunha até agora, no entanto, estes animais não se deslocavam nas águas como as enguias, com movimentos idênticos aos das serpentes. Eram antes exímios nadadores, um pouco como os actuais tubarões.

Foi esta a descoberta surpreendente de um grupo internacional de investigadores, que decidiu revisitar um conjunto de fósseis bem preservados de um platecarpo, um desses mosassauros, que estava há várias décadas no Museu de História Natural de Los Angeles (EUA).

A nova leitura anatómica do mosassauro e as radicais implicações que ela teve na interpretação dos seus movimentos natatórios foram publicadas num artigo na revista científica PLoS One na semana passada.

Os mosassauros foram assim chamados porque os primeiros fósseis destes répteis marinhos foram descobertos junto ao rio Mosa, na Holanda, ainda no século XVIII. No entanto, os fósseis que agora foram objecto do novo estudo, são bem mais recentes. Foram descobertos no Kansas, (EUA) em 1969, e pouco depois adquiridos pelo Museu de História Natural de Los Angeles, onde têm estado desde então.

Os quatro autores do estudo - Johan Lindgren, da Universidade de Lund, na Suécia, Michael Caldwell e Takuya Konishi, da universidade canadiana de Alberta, em Edmonton, e Luis Chiappe, o director do Museu de História Natural de Los Angeles - fizeram uma avaliação exaustiva dos fósseis incrustados em quatro lajes de rocha, que contêm a quase totalidade de um espécimen que tem mais de seis metros de comprimento e que "é o mais bem preservado que se conhece no mundo" desta espécie extinta, como explicou o coordenador do estudo, o sueco Johan Lindgren.

Nas lajes, além de grande parte do esqueleto, os investigadores encontraram restos das escamas externas do animal, marcas coloridas da pele, restos do conteúdo do estômago, com peixes, e ainda vestígios bem delineados de uma cauda.

Os cientistas conseguiram demonstrar no seu estudo que a forma do corpo do platessauro e a sua terminação, já na forma de barbatana caudal, evoluíram muito cedo nos mosassauros e que estes eram melhores nadadores do que até agora se supunha. "Este fóssil mostra a evolução em acção e como um design de sucesso se desenvolveu em vários grupos no mesmo ambiente", adiantou por seu turno Luis Chiappe, sublinhando que com este estudo que "fica também demonstrado o potencial para novas descobertas que desafiam as teorias estabelecidas".

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Expedição em 14 países parte à procura de 100 espécies de anfíbios “desaparecidas” .

Nos próximos meses, um conjunto de expedições em 18 países na América Latina, África e Ásia vão procurar 100 espécies de anfíbios que se acreditam potencialmente extintas mas que podem estar refugiadas em alguns locais remotos.

Este é o primeiro esforço internacional coordenado para tentar encontrar estas criaturas “perdidas”, numa altura em que as populações de anfíbios estão a regredir. Os anfíbios são o grupo de vertebrados mais ameaçado do planeta. Na verdade, mais de 30 por cento de todas as espécies estão ameaçadas de extinção. A perda de habitat, doenças (como o fungo cítrico) e alterações climáticas fizeram com que várias espécies desaparecessem sem deixar rasto em apenas uma época de reprodução, salienta a organização Conservation International, que coordena a expedição.

“Os anfíbios são particularmente sensíveis às alterações no ambiente. Por isso, são muitas vezes um indicador do perigo que os ecossistemas correm”, explica Robin Moore, responsável da organização que coordena as expedições.

Ainda assim, o estatuto de muitas espécies continua por conhecer devido à falta de investigação. “Esperamos conseguir respostas definitivas e aprender o que permitiu a pequenas populações sobreviver quando o resto da sua espécie se perdeu”, acrescenta Moore.

“Qualquer que seja o resultado, as conclusões vão aumentar o nosso conhecimento das ameaças aos anfíbios e aproximar-nos das soluções para os proteger”, comenta a Conservation International em comunicado.

“Isto é algo que nunca foi feito antes e é muitíssimo importante não só por causa das ameaças que os anfíbios enfrentam mas também porque representa uma incrível oportunidade para os cientistas redescobrirem espécies há muito perdidas”, comentou Claude Gascon, vice-presidente da Conservation International.

A organização sublinha que os anfíbios têm benefícios para os seres humanos, como o controlo das pragas de insectos que espalham doenças e prejudicam as culturas agrícolas.

'Encruzilhada' ameaça animais de Serengueti.

Construção a partir de 2012 de uma estrada que vai atravessar 53 quilómetros do parque tanzaniano coloca em risco herbívoros que migram para o Quénia.

Todos os anos, a peregrinação repete-se: em Julho, cerca de dois milhões de zebras, gazelas e gnus deixam as áridas pradarias de Serengueti, na Tanzânia, em busca das zonas mais húmidas da reserva Masai Mara, no Quénia. Um ritual que pode ser seriamente ameaçado com a construção a partir de 2012 de uma estrada que vai atravessar 53 quilómetros do parque tanzaniano.

"Estou em crer que a estrada prejudicará a 'grande migração', de tal forma que podia torná-la apenas uma recordação do passado, que as novas gerações não conheceriam", alerta o conhecido paleontólogo queniano Richard Leakey à agência espanhola EFE. Segundo Leakey, a nova estrada, que ao todo se estenderá por 480 quilómetros, "não só funcionará como uma barreira e poderá provocar o atropelamento de animais como facilitará a caça furtiva e permitirá que espécies vegetais invasoras e doenças possam movimentar-se mais rapidamente".

Um dos receios que correm entre a comunidade ecologista é o de que a obra seja entregue a uma construtora chinesa. Um país que acusam de consumir muitas partes de elefantes para fins medicinais, o que poderia acabar definitivamente com um animal já seriamente ameaçado pelo tráfico de marfim no Norte do país. Estimativas apontam que, por exemplo, a população de zebras pode sofrer um declínio abrupto de 1,3 milhões para apenas 200 mil cabeças em pouco tempo.

A Sociedade Zoológica de Franqueforte (SZF), que financia a administração de Serengueti, acompanha o conservacionista queniano nas críticas à medida, ao lembrar que, com o crescimento do comércio naquela zona da África Oriental, "centenas de camiões atravessarão o parque todos os dias". Críticas às quais o presidente tanzaniano responde com garantias de protecção do ecossistema. "Sou um defensor incondicional do meio ambiente e a última pessoa que permitira a construção de algo que destruísse a natureza", garante Jakaya Kikwete. As autoridades da Tanzânia querem apenas "equipar todas as regiões do país com estradas que possam ser usadas sejam quais forem as condições meteorológicas, já que as populações daquela zona também merecem ter acesso a boas infra-estruturas".

Argumentos que ainda assim não convencem a SZF, que contrapõe com um projecto alternativo em que a estrada passaria a sul de Serengueti e que "serviria cinco vezes mais pessoas".

Nova espécie de macaco sob ameaça.

O conflito armado impediu cientistas de confirmarem, durante 30 anos, que estavam diante de um animal desconhecido.

São monogâmicos e é o pai que costuma tomar conta das novas crias. Este é o comportamento atípico de uma nova espécie de macaco, descoberta na Amazónia colombiana. O Callicebus caquetensis, do tamanho de um gato, encontra-se já na lista dos animais ameaçados, por causa da rápida perda de habitat e do seu reduzido número.

A descoberta deste novo macaco titi foi divulgada pela organização Conservação Internacional, depois de uma expedição pela região colombiana de Caquetá.

Há já 30 anos que os cientistas acreditavam que havia uma nova espécie nesta região, mas o conflito armado impediu a realização de uma expedição. Foi apenas em 2008 que Thomas Defler, Marta Bueno e Javier García, na Universidade Nacional da Colômbia.

"Esta descoberta é muito importante, porque ouvimos falar deste animal, mas durante muito tempo não podíamos confirmar que era uma nova espécie. Agora sabemos que é e isso mostra a riqueza e diversidade que ainda existe para descobrir na Amazónia", afirmou Defler - um norte-americano de 68 anos que vive há quase 40 na Colômbia.

Os cientistas e a Conservação Internacional (presente em 40 países) alertam para o risco de extinção desta espécie. "Eles defendem o seu território. Gritam e tentam afastar os membros de outros grupos e espécies, pois têm inimigos, além do homem", acrescentou. Como são pequenos, são caçados pelas boas, algumas aves de rapina e pelo ocelote (durante a noite).

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Orcas também comem pinguins na Antárctida.

Biólogos observaram pela primeira vez este comportamento no Pólo Sul.

Uma equipa de biólogos marinhos conseguiu observar, pela primeira vez, orcas a caçar e a comer pinguins nos mares da Antárctida. Segundo os investigadores, aqueles cetáceos poderão alimentar-se ali regularmente destas aves.

Já se tinha observado antes que esta espécie de cetáceo carnívoro caçava pinguins ocasionalmente, mais para norte, nas ilhas subantárcticas. Mas esta foi a primeira observação deste tipo no Pólo Sul. Além disso, há indícios de que esse comportamento alimentar pode ser ali algo habitual.

"Se os pinguins são regularmente atacados pelas orcas na Antárctida, o impacto nas suas populações pode ser significativo", escrevem os autores Robert Pitman e John Durban, do National Marine Fisheries Service, dos EUA, num artigo publicado na revista científica Polar Biology.

As observações, que foram feitas na região da península ocidental da Antárctida, durante o mês de Fevereiro, permitiram perceber que as orcas se alimentaram sobretudo de duas espécies de pinguins, os Pygoscelis papua, cujo nome comum é pinguim-gentoo, e o Pygoscelis antarctica, vulgarmente conhecido por pinguim-de-barbicha.

Dos três tipos de orca que se conhecem, só uma foi observada a alimentar-se de pinguins, havendo indícios de que a maior de todas também o poderá fazer.

Estão descritos três tipos de orca. As de tipo A, as maiores de todas, comem sobretudo baleias-anãs; as de tipo B, que são mais pequenas, alimentam-se principalmente de focas, e as C, também de menor dimensão, adoram especialmente atum.

Foram as orcas de tipo B que os biólogos viram a alimentar--se de pinguins.

"Esperávamos vê-las a alimentar-se de focas e de baleias-anãs da Antárctida", explicou Robert Pitman à BBC News online. Mas, sublinhou, "ficámos bastante surpreendidos por vê-las a caçar também pinguins".

Nas suas observações, os biólogos verificaram ataques a pinguins em três dias diferentes por parte das baleias de tipo B.

Na maior parte dos casos, as orcas comiam apenas os músculos do peito, deixando a pele e os ossos para trás. E esta poderá ser a razão por que nunca antes, em observações do interior do estômago de orcas, se tinham encontrado restos de pinguins.

"Ficámos surpreendidos ao verificar que as orcas podiam comer quatro a seis quilos de carne de pinguim de uma vez, mas a maior surpresa foi perceber que elas estavam sobretudo interessadas em comer apenas os músculos", escolhendo a melhor parte, "muito como os humanos fazem", disse Robert Pitman, citado BBC News.

Na sua caça aos pinguins, as orcas faziam-no por vezes em grupo, e depois removiam cuidadosamente as penas e a pele para chegarem à carne do peito.

Os investigadores pensam que esta caça poderá ser feita numa base regular, e que por isso poderá ter impacto na população daquelas aves.

domingo, 18 de julho de 2010

Gorilas também brincam à apanhada.

Os jogos entre os jovens gorilas servem para testar os limites de comportamento dentro do seu grupo social.

Uma equipa de cientistas britânicos, holandeses e alemães descobriram que os gorilas juvenis também brincam à apanhada, quase da mesma maneira que as crianças humanas.

Após estudar imagens de vídeo gravadas em zoológicos, os cientistas constataram que os gorilas tocam em um companheiro e logo fogem, quando o outro começa a correr atrás deles. A pesquisa, divulgada na publicação especializada Biology Letters, sugere que os primatas testam os limites de comportamento aceitável dentro do seu grupo social.

"Isso mostra uma grande semelhança como jogo da apanhada das crianças," diz Marina Davila Ross, da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra.

"Não podemos dizer que é exactamente igual, porque os jogos envolvem regras e os indivíduos precisam estar cientes dessas regras, mas o comportamento é semelhante. E este jogo, em que o perseguido é, depois, o perseguidor, demonstra que os gorilas são capazes de mudar o seu comportamento em situações de desvantagem."

Os cientistas assistiram a vídeos de gorilas brincando, gravados durante três anos em cinco jardins zoológicos.

Marina Davila Ross, que realizou a pesquisa com cientistas da Free University de Amesterdão, na Holanda, e da Universidade de Medicina Veterinária de Hanôver, na Alemanha, disse à BBC News que a equipa identificou exemplos desse comportamento em 86 ocasiões diferentes.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Desvendado o enigma do ovo e da galinha.


A ciência não pára de fazer descobertas. Investigadores ingleses anunciaram hoje que resolveram o clássico enigma 'quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha'. E a resposta é: a galinha!

A investigação é séria. Os cientistas analisaram os ovários das galinhas e concluíram que a formação dos ovos só é possível graças a uma proteína – chamada ovocledidin-17 (OC-17) – presente nos animais. Daí ser essencial ter aparecido primeiro a galinha para 'fabricar' o ovo.

'Há muito que se suspeitava que o ovo tivesse aparecido primeiro, mas agora temos provas científicas que demonstram que a galinha apareceu antes', afirmou ao jornal Metro Colin Freeman, da Universidade de Sheffield, que trabalhou na investigação com especialistas da Universidade de Warwick.

Ainda segundo o Metro, para esta descoberta foi necessário utilizar um super-computador, designado HECToR, que desvendou os passos de formação do ovo. Aí percebeu-se que a OC-17 é crucial para que se dê a cristalização da casca.

domingo, 11 de julho de 2010

Lagos recebe único calau fêmea da Europa


Ave em vias de extinção, proveniente do Zoo de Barcelona, vai iniciar um programa de reprodução no Algarve
O Parque Zoológico de Lagos recebeu, na quinta-feira, um novo morador: o único calau rinoceronte (Aceros rhinoceros) fêmea existente na Europa.

A ave, residente há 15 anos no Zoo de Barcelona, vai integrar um programa de reprodução com calaus macho do Zoo, de modo a preservar a espécie, extremamente ameaçada de extinção.

Com esta iniciativa, o Zoo de Lagos torna-se no único parque zoológico da Europa com um casal residente de calaus rinoceronte!

Para garantir a sobrevivência da espécie, o zoo criou uma instalação com dimensões adequadas ao bem-estar e eventual reprodução do casal.

O parque demonstrou preocupação em recriar o habitat natural das aves originárias do Bornéu, facto perceptível na arquitectura asiática do espaço. Uma árvore artificial com cinco metros de altura foi construída para que os calaus tenham um ninho, o mais parecido possível com os que esta espécie usa nas zonas mais altas das florestas húmidas da Malásia, Singapura, Samatra, Java e Bornéu.

Apesar deterem uma longevidade de vida que pode alcançar mais de 35 anos, os calaus encontram-se em risco de desaparecer na natureza. Entre as principais causas estão a destruição da floresta na Indonésia, o comércio ilegal de madeira e uso e terrenos para agricultura, e a caça no Bornéu para alimento e uso de penas por tribos locais.

Os calaus voltam todos os anos ao mesmo ninho, mesmo até depois das florestas circundantes terem sido derrubadas.

A população de calaus rinoceronte está em declínio, excepto em algumas reservas, restando menos de 500 indivíduos na ilha de Java e menos de 2500 aves em Kalimantan.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Uma amizade entre uma marmota e uma ave.

No Inverno, uma hiberna, a outra supõe-se que parte em migração. Na Primavera e no Verão encontram-se e partilham o mesmo condomínio. Segunda e última parte de uma expedição científica por Xinjiang. Na foto está representada uma Marmota

O relato que ouviu de um cientista estrangeiro, de visita a Portugal no ano passado, encantou-o tanto que quis ver se era verdade — e foi assim que Nuno Monteiro acabou numa pradaria na China, 2500 metros acima do nível do mar.

A história é esta: na pradaria de Bayanbulak, que fica num planalto da cordilheira Tianshan, na região chinesa de Xinjiang, existe uma espécie de marmota que partilha a casa com uma ave durante a Primavera e o Verão. É por essa altura que ambas cuidam dos filhos que acabaram de nascer. Com a aproximação do Inverno e da neve que cobre o planalto, a marmota hiberna na sua toca e a ave pensa-se que parte para terras mais quentes. Talvez até África.

Há agora uma planície de gramíneas, um rio que corre em meandros, cada vez mais fortalecido pelo degelo da neve, uma montanha em redor que continua branca nos picos, o sol que desponta pela manhã fria, a brisa que se sente no rosto, um casal de cisnes que pousa na água, uma única casa nesta parte da pradaria, com vista desafogada, onde vive um guardador de lobos — e no chão muitos buracos, as tocas das marmotas, que são roedores.

Nunca tal associação surgiu descrita num artigo científico, mas foi esse o relato que Nuno Monteiro ouviu a Ablimit Abdukadir, quando este investigador do Instituto de Ecologia e Geografia de Xinjiang visitou, em meados de 2009, o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (Cibio) da Universidade do Porto.

“Relações tão próximas entre espécies tão distintas são raras. Envolvendo mamíferos, creio que não foram ainda descritas”, diz o biólogo do Cibio e docente de Parasitologia na Universidade Fernando Pessoa, no Porto.

“Achei a história apaixonante”, continua Nuno Monteiro. “Cresci a ver os documentários da BBC, invejando intensamente o David Attenborough pela sua capacidade de surgir entre a câmara e o mais exótico dos animais. Ouvia-o imediatamente a narrar a história desta amizade improvável, e achei que íamos para a frente com o projecto.”

Foram mesmo para a frente, ele e Albano Beja Pereira, zootécnico também do Cibio, e assim incluíram nos objectivos de uma expedição por Xinjiang, no coração da famosa Rota da Seda, o estudo da convivência invulgar entre uma marmota e uma ave.

À espreita no planalto

“Professor, isto são ‘caganitas’ de marmota?”, pergunta o biólogo português, perto de uma toca na planície de tufos rasteiros, a Ablimit Abdukadir.

“Oh, sim.”

“Vou recolhê-las.”

Pela planície vagueiam outros olhos atentos ao chão. Enquanto Ablimit Abdukadir, da etnia uigur, muçulmana e minoritária na China mas dominante na região de Xinjiang, se ocupa a identificar excrementos, Albano Beja Pereira traz mais tubos para guardar amostras destinadas a estudos de ADN. Com eles está Chen Shanyuan, estudante chinês de pós-doutoramento de Beja Pereira no Cibio há alguns anos, e que já conhecia Abdukadir. E Adil Tohti, outro uigur, o contacto local, que conduz os recém-chegados pelo território das marmotas.

Adil Tohti vive na única casa de tijolos nesta parte da pradaria, sozinho com os 14 lobos que apanhou e gosta de manter em jaulas no quintal, com vista para os meandros do rio Kaidu. E já tem uma marmota enjaulada à espera da equipa. Diz ser proprietário de mil ovelhas, uma gota de água entre os 200 mil animais (vacas, iaques e cavalos, além de ovelhas) que pastam no imenso planalto habitado por 30 mil pessoas.

Ao fundo, a poucos minutos de jipe, avista-se a cidadezinha de Bayanbulak. A rua principal, de terra batida, é uma sucessão inesperada de hotéis e restaurantes, ao fim da travessia de algumas horas pelo planalto salpicado de manadas de iaques e de vacas e rebanhos de ovelhas brancas de cabeça preta.

Muitas vezes atrás do gado seguem pastores a cavalo. As iurtes, tendas circulares dos mongóis, povo nómada que partilha o vale com uigures e cazaques, deslumbram. As suas chaminés em forma de tubo fumegam, principalmente de manhã, e ao lado das tendas encontram-se sinais dos avanços tecnológicos. Estão munidas de painéis solares dispostos no chão.

A cidade congrega dez mil habitantes, muitos dos quais mineiros na região, e à noite o ar está impregnado de um cheiro a carvão vindo das lareiras de casas modestas, nas ruas mais recuadas. Os hotéis albergam os turistas que nos meses de Verão procuram estas paragens, afinal esta pradaria, uma das maiores da China, tem uma famosa reserva natural de cisnes, constituída por inúmeros pequenos lagos. Concentram-se aqui mais de um milhão de cisnes, mas as aves de diversas espécies podem chegar aos dez milhões.

Numa rua lateral, há um cinema e à sua frente dispuseram-se mesas de bilhar. Cibercafés também existem; e se pesquisarmos no Google a palavra “Xinjiang” o resultado na Wikipédia, em inglês, menciona os confrontos étnicos entre os uigures e os chineses hans, a etnia dominante na China, há um ano na capital da região, de que resultaram oficialmente quase 200 mortos e mais de mil feridos. Esses confrontos foram a manifestação mais violenta do clima de tensão étnica latente em Xinjiang. O Facebook ou o YouTube encontram-se, no entanto, bloqueados.

Passeando o olhar por cima do terreno com as tocas, avistam-se duas iurtes. Como serão por dentro?

E, zás, as marmotas aparecem e desaparecem — confundindo-se na paisagem ou entrando numa das várias aberturas das tocas. Percebe-se que têm o pêlo amarelado, com laivos negros.

É a Marmota baibacina, o nome científico da sua espécie. O que dá ela exactamente à ave, uma espécie de chasco? “Um T0”, brinca Nuno Monteiro. “Os chascos fazem os ninhos em buracos. Mas esta paisagem não tem grande diversidade para fazerem o ninho. Os chascos já têm um apartamento nos buracos das marmotas.”

E a ave, o que dá à marmota em troca? “Sendo herbívora, quanto mais a marmota sobe em altitude, menos alimento tem disponível. Se vivesse sozinha, não adiantaria subir muito, porque o esforço para procurar alimentos seria tanto que suplantaria os benefícios e em grande parte do tempo estaria preocupada com os predadores. Associada com um pássaro, pode ocupar novos territórios”, explica Nuno Monteiro. A ave põe-se em guarda e avisa as marmotas de potenciais predadores.

“Mas ainda não vimos ave nenhuma”, lamenta o biólogo a Beja Pereira, ao fim de algum tempo. Tivesse dito isto mais cedo e o seu desejo ter-se-ia já cumprido.

Ali está uma. Contente? “Não, ainda não a vi entrar na toca. Mas está a emitir chamamentos.” São os humanos que representam perigo.

O biólogo caminha na direcção da ave, observando-a: ela voa rente ao chão para aqui, para ali, e vai pousando. “Segue um padrão: tem uma série de sítios de pouso.”

Embora sem certezas ainda, deve ser um chasco da espécie Oenanthe isabellina, meio esbranquiçado por baixo, acastanhado no dorso e com pontas pretas na cauda. Come insectos.

Ave e marmota protagonizam as conversas. “Uma família de marmotas pode ter quatro ou cinco buracos”, diz Ablimit Abdukadir. “Quantos filhos têm?”, pergunta-lhe Beja Pereira. “Quatro a seis.”

As dúvidas surgem. “Não tenho a certeza de que a ave e a marmota vivam tão próximas como eu penso, porque as aves que vimos emitiam sons de alarme para muitos buracos”, questiona-se o biólogo.

As dúvidas logo se desfazem, quando uma ave aprece junto a um buraco. “Olha, entrou! Saiu e voltou a entrar.”

Timidamente, ela assoma-se e esconde-se ainda algumas vezes. Outras duas aves, um casal, prendem a atenção de Nuno Monteiro e Beja Pereira, especados no meio da planície, de costas voltadas para o resto da equipa, com casacos até aos joelhos.

Afinal, a história da amizade entre uma marmota e uma ave é mesmo a sério. “Uma coisa é ouvir [um relato], outra é ver com os próprios olhos. Fico satisfeito”, diz Monteiro.

Se um ninho estiver perto da entrada da toca, será fácil esticar o braço e apanhar um ovo para tirar ADN. Mas nenhum está. Já da marmota, além dos excrementos, os cientistas não tardariam a ter um tipo de amostras algo inesperado.

Tudo porque, no seu carro, Adil Tohti avança pela planície a grande velocidade, guinando para aqui, para ali, enquanto se dirige às duas iurtes que despertaram tanta curiosidade. Pelo caminho as marmotas que andam na pradaria assustam-se, desatam em correria, e uma acaba debaixo dos pneus — Chen Shanyuan e Ablimit Abdukadir aproveitam então para cortar pedaço das orelhas para recolher ADN e tirar as medidas ao bicho.

“Que idade tem o animal?”, pergunta Beja Pereira. “Quase três anos”, diz-lhe Abdukadir ao inspeccionar os dentes. “E viveria quanto tempo?” “Cinco a sete anos.” (Dentro de uma das tendas mongóis, ocupada por uma família nómada, dispõem-se duas camas, roupas meticulosamente dobradas, alguidares, fotografias emolduradas, uma lâmpada eléctrica pendurada do tecto ou uma salamandra no centro que aquece o espaço).

Um D. Juan da montanha

Interessado nas questões de evolução e nos laços de parentesco entre indivíduos de uma espécie, para Nuno Monteiro esta amizade improvável entre uma marmota e uma ave representa um sem-fim de especulações científicas. Por exemplo, os descendentes da família da marmota e a da ave continuam a viver juntos de ano para ano ou os seus laços são mais efémeros? Espera-se que o ADN de ambas dê algumas respostas.

“Com esse ADN, obtemos um perfil, uma espécie de impressão digital única para cada indivíduo. Quando amostrarmos as crias, saberemos quem são os pais e as mães. Teremos uma indicação do sistema reprodutivo das duas espécies”, explica o cientista português. “Serão os agregados familiares bem comportados (monogâmicos), ou existirão facadinhas no matrimónio? De uma época reprodutiva para a seguinte, os casais mantêm os laços ou escolhem-se novos parceiros? Quem é o ‘D. Juan’ da montanha? Em resumo, poderemos compreender em detalhe a biologia destas populações de aves e marmotas, e a intensidade da sua relação.”

Será que estas populações co-evoluíram? “Se a ligação for realmente profunda, poderá já estar escrita nos genes. Interessa-nos saber quão dependentes estão uma da outra, neste habitat específico.”

Muito antes de terem uma resposta, os cientistas portugueses ainda têm pela frente uma certa tarefa mais premente, no final da viagem que os levou a percorrer quase cinco mil quilómetros por Xinjiang, atrás de marmotas e aves (e dos burros selvagens da Ásia, como contámos na primeira parte do relato desta expedição, a 24 de Junho). Sempre atrás de excrementos, tudo pelo ADN. Pelo que é já longe de Bayanbulak, de regresso a Ürümqi, a capital de Xinjiang, após quase duas semanas na estrada, que a expedição tem o desfecho oficial. Nas escadas de um hotel, à noite, Nuno Monteiro e Beja Pereira retiram de uma geleira os excrementos guardados em tubos e embrulhados em papel de alumínio, para estudos de genética e de parasitas. Destapam o que recolheram ao longo da expedição, preparando e dividindo amostras, que vão seguir para Portugal de avião. “Os da marmota estão podres, eia, que bedum...”

domingo, 4 de julho de 2010

Caturritas invadem cidades da Europa.

Cientistas espanhóis alertam para necessidade de se controlar a reprodução da ave, antes que se transforme numa praga.

Importada como animal de companhia, a caturrita argentina transformou-se numa verdadeira praga em muitas cidades da Europa. Em Lisboa já foram avistados vários casais, mas Barcelona é a capital europeia com maior número de exemplares - calculam-se que 2500 vivam nos seus jardins, uma colónia que, sem predadores naturais, cresce a um ritmo de 8% ao ano.

De aparência simpática, com uma chamativa plumagem verde e bico amarelo, a Myiopsitta monachus, além de ser extremamente ruidosa, é um invasor que constitui uma ameaça para as aves locais... e até para algumas árvores.

Edificam os seus enormes ninhos, que chegam a pesar 150 kg, no alto das copas, destruindo a vegetação e muitos ramos, que acabam por ceder ao peso e cair, colocando em perigo os transeuntes.

As palmeiras são as árvores preferidas, mas não hesitam em fazer a sua casa em ciprestes, pinheiros ou mesmo em torres de alta tensão.
Antes de se proibir a sua importação, as caturritas argentinas eram muito baratas comparativamente a outras aves exóticas... mas, como são barulhentas e até agressivas, os seus proprietários acabavam por soltá-las. A capacidade de comer quase tudo, desde erva a sementes, frutos e até pão, contribuiu para a sua proliferação.

Especialistas espanhóis alertam que, se não se actuar rapidamente, avançando com programas de erradicação de ninhos, controlo de reprodução ou mesmo de eliminação de algumas aves, a caturrita argentina vai transformar-se numa praga. Eventualmente com perigo para a saúde.

Javalis de volta.

Foi caçado quase até à extinção, mas o javali está de volta... graças às reservas de caça. Não se sabe ao certo qual o número exacto, mas os especialistas dizem que deverá ter triplicado nos últimos 20 anos. E é frequente vê-lo a chafurdar na lama nas terras do Alentejo.

Quando o javali mergulha na lama e se ouve dizer que está a chafurdar, a expressão pode sugerir um comportamento pouco ortodoxo, pelo menos, aos olhos dos humanos. Mas o que mais parece um fetiche das horas vagas, ou seja, quando não está a comer, é bem mais do que isso. O javali precisa dos banhos de lama como se de uma necessidade fisiológica se tratasse. E até nas relações com o resto da comunidade desta espécie, mesmo à hora de acasalar, o ritual perfila-se como "sublime".

A primeira função destes curiosos, se bem que aparentemente pouco higiénicos, banhos de lama visa regular a temperatura do corpo desta espécie, sendo das poucas que não transpiram, devido ao tipo de glândulas sudoríparas atrofiadas. Sobretudo nos meses de Verão, o animal chega a atingir temperaturas corporais elevadíssimas, quase incompatíveis com a sua própria sobrevivência, ameaçada de uma fatal desidratação, que já se encarregou de roubar algumas vidas.

João Vilela já sentiu na pele o desespero de "javalis em brasa", como os adjectiva, quando no Verão de 2005, na sequência de uma seca feroz e perante temperaturas de 40 graus, se deparou com quatro animais deitados sobre melancias, melões e tomates esmagados numa pequena quinta de que é proprietário na Vidigueira. Num trabalho de equipa, derrubaram uma cerca, com perto de dois metros de altura para chegarem às hortifrutícolas.

"É verdade que estavam a comer também, mas percebia-se que a sua intenção era refrescarem-se, porque se deitavam no chão, procurando com o corpo criar alguma lama com o sumo dos frutos", recordou, tendo ficado a saber depois que alguns vizinhos da zona - onde a espécie abunda - assistiram a cenários idênticos, justamente porque a falta de água deixou a serra do Mendro (entre Vidigueira e Portel) completamente seca.

Além deste quadro mais radical, os banhos de lama têm ainda um papel de relevo nas relações sociais entre os javalis, funcionando mesmo como sedução (ou será afrodisíaco sexual?) na época do cio, levando a que a partir de Novembro apenas os machos adultos vão "chafurdar" na lama, para garantirem a manutenção dos respectivos odores corporais, com recurso à criação de uma camada de barro bem agarrada ao pêlo.

Os historiadores falam de um animal muito antigo, que vai muito para lá dos anos dourados da banda desenhada em que Obélix não os dispensava na mesa. Muito antes já o javali era desenhado pelos homens das cavernas, não só pelo sabor suculento, mas também porque representava agressividade, bravura e rapidez.

Pode não parecer, levando em conta os mais de 100 kg de peso, mas este animal atinge velocidades loucas, correndo em linha recta, e é um exímio nadador, o que lhe permite cruzar ribeiros à procura de comida, utilizando a força do focinho para derrubar cercas e até levantar pedras cravadas no solo. É aqui que este peculiar apreciador de lacraus encontra alimento, graças ao seu olfacto e audição apurados.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Os Menos interessados da Ciência.

Os portugueses são dos europeus menos interessados na área da ciência e tecnologia.Um estudo divulgado no dia 21.06.2010 em Bruxelas revelou que um terço da população manifestou total desinteresse nas descobertas científicas e desenvolvimentos tecnológicos.De acordo com os resultados do Euro barómetro sobre a atitude dos europeus relativamente à ciência e tecnologia, 35 por cento dos portugueses dizem não se interessar de todo por descobertas científicas e progresso tecnológico, o quarto valor mais elevado entre os 27, atrás da Roménia, Lituânia (ambas com 37 por cento) e Bulgária (36 por cento).

Apenas 14 por cento dos portugueses se dizem “muito interessados” nas novidades científicas e tecnológicas, o terceiro valor mais baixo da UE (atrás da Bulgária e da Lituânia), e muito aquém da média comunitária de 30 por cento.

Os portugueses são também dos europeus que se consideram menos informados sobre as novidades relativamente à ciência e tecnologia, com somente 3 por cento a dizerem-se “muito informados” (o valor mais baixo entre os 27), 38 por cento “moderadamente informados” e 57 por cento “mal informados”, o terceiro valor mais elevado entre os 27 (atrás da Bulgária e da Roménia).

O inquérito foi conduzido em Portugal pela TNS Euroteste entre 30 de Janeiro e 16 de Fevereiro passado, junto de 1027 pessoas.

Panda gigante da China pode desaparecer.

O panda gigante da China pode desaparecer "em duas a três gerações" devido ao rápido crescimento económico que tem vindo a destruir o habitat natural destes animais, alertou hoje o Fundo Mundial para a Natureza(WWF).Segundo a organização não-governamental WWF, o grande problema é que o habitat natural do panda gigante, o emblemático urso preto e branco que é um dos símbolos da China, está a ser dividido em pequenos territórios, o que dificulta que diferentes populações de animais entrem em contacto para se reproduzirem.

"Se o panda não conseguir encontrar parceiros de outros habitats para acasalamento pode enfrentar a extinção em duas ou três gerações", alerta Fan Zhiyong, director do programa de espécies da WWF na China, lembrando que o risco de endogamia (cruzamento com membros de seu próprio grupo) reduz ainda a resistência destes animais às doenças.

O especialista do WWF precisa que a "construção de estradas próximas às reservas naturais" está a causar uma "considerável restrição de liberdade de movimentos, obstruindo rotas de migração e prejudicando a saudável troca de genes entre representantes da espécie".

No entender de Fan Zhiyong, para diminuir a pressão sobre estes animais e garantir a sua conservação é fundamental abdicar da construção de infra-estruturas nas imediações das reservas naturais.

Actualmente há cerca de 1600 pandas a viverem em liberdade na China, a maioria nas províncias de Sichuan (sudoeste), Shaanxi (norte) e Gansu (noroeste).

No entanto, as estimativas da WWF apontam para que 43 por cento dos habitats naturais ainda não sejam considerados reservas naturais ou áreas protegidas e que 29 por cento destes animais careça de protecção efectiva.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Zoo

Ainda não foi ao Jardim Zoológico? Então do que está á espera para visitá-lo?
Cá vai..Onde fica? & Como chegar?
O Jardim Zoológico está situado no centro da cidade, próximo do aeroporto e num local de fácil acesso. É servido por uma excelente rede de transportes públicos, como os comboios das linhas de Sintra, Azambuja e Fertagus, o metropolitano, autocarros, praça de táxis e um centro de camionagem.

Autocarros
Paragem – Jardim Zoológico
16, 31, 54, 70, 96 (aeroshuttle), 701, 726, 746, 755, 758.

Comboio

Estação - Sete-Rios - Linhas de Sintra, Azambuja, Évora, Beja e Fertagus

Metropolitano
Linha Azul - Jardim Zoológico

Parques de Estacionamento
Parque Gratuito em frente ao Jardim Zoológico – 250 lugares

Quanto custa? & Quais os Horários?
Horário do Parque: 10h00 às 20h00

As bilheteiras encerram 1h15 minutos antes da hora indicada para fecho do parque, incluindo reentradas.

Apresentações e Atracções
Baía dos Golfinhos
11h00, 15h00 e 17h00 (e) Duração: 40 min

Alimentação de Leões-marinhos
10h30 e 14h00 Duração: 20 min

Bosque Encantado
(Aves em Voo Livre)
12h30 e 17h30 (a) Duração: 30 min
Alimentação de Pelicanos
18h15 (a) Duração: 15 min

Bosque Encantado: Cobras e
Lagartos
(Apresentação de
Répteis (c)) 16h15
Duração: 20 min

Quintinha
10h00 às 19h00

Reptiliário
10h00 às 19h00

Teleférico
11h30 às 19h30 (b,d)

Duração: 20 min

Comboio
10h10 às 13h
14h15 às 18h45 (b)
Duração: 15 min

(a) Não se realiza sob chuva e/ou ventos fortes.
(b) Hora da última viagem.
(c) Não se realiza com temperatura inferior a 20ºC
(d) Crianças menores de 10 anos terão de ser acompanhadas por um adulto maior de 18 anos (sujeito à apresentação de bilhete de identidade).
(e) A apresentação não se realiza com menos de 20 espectadores.

Nota:
Por motivos relacionados com o bem-estar animal, com as condições climatéricas ou de ordem técnica, poderá ocorrer a suspensão de qualquer uma das atracções ou alterações dos respectivos horários, em determinados dias, sem aviso prévio.
O Jardim Zoológico não se responsabiliza por acidentes ocorridos pelo não cumprimento das normas de segurança.

Regras do Zoo
• Manter os espaços limpos.
• Não alimentar os animais.
• Não pisar os espaços verdes nem arrancar plantas e flores.
• Não gritar, nem provocar os animais.
• Respeitar as vedações das zonas verdes e das instalações dos animais.
• Proibida a entrada a animais de estimação.
• Proibida a entrada de bicicletas, trotinetes, skates, scooters e patins em linha.
• Proibido jogar à bola.
• Reservado o direito de admissão.
• O não cumprimento das regras do Parque pode implicar a expulsão do visitante ou, mesmo, um procedimento legal.

Preços do Parque

De 1 de Janeiro de 2010 a 31 de Dezembro de 2010

Crianças (até aos 2 anos) Grátis
Crianças (dos 3 aos 11 anos) € 12,50
Adulto (dos 12 aos 64 anos) € 16,50
3ª Idade (+ de 65 anos) (a) € 13,50
Grupos (b) € 14,50

(a) Sujeito à apresentação do bilhete de identidade
(b) Grupo igual ou superior a 15 pessoas, preço por pessoa

Preços Escolares

Creche e Pré escolar € 8,00
Escolar € 10,50

BILHETE ÚNICO: inclui a entrada em todas as apresentações e atracções
O Jardim Zoológico está aberto todos os dias do ano.

Quantos animais têm o zoo?
O Jardim Zoológico tem uma das melhores colecções animais de todo o mundo, com mais de 2000 animais de 360 espécies diferentes, divididos da seguinte forma:

114 Mamíferos
157 Aves
56 Répteis
5 Anfíbios e Artrópodes

Aqui vai encontrar uma série de informações sobre as espécies animais que estão representadas no Jardim Zoológico, o seu nome científico, a que ordem e classe pertencem, de onde são originários, quais os seus comportamentos e alimentação e o seu estatuto de acordo com o IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza).

Vêm conhecê-los!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Osgas

Estas são uma pequenas informaçoes sobre Osgas de várias espécies, cá vai...

São seres vivos de sangue frio,não controlam a temperatura do corpo, ao contrário dos mamíferos. Assim, as osgas apenas existem em zonas do nosso planeta onde as temperaturas não são muito baixas. Vivem nos trópicos,nas regiões mais desérticas e nas zonas temperadas,como o nosso país,com verões e invernos suaves. Para se aquecerem colocam-se ao sol,perto das tocas onde se escondem. Quando as temperaturas descem,no inverno,as osgas conseguem hibernar.
Em Portugal,vivem três espécies de osgas: Osga-turca,Osga-moura e a Osga-das-selvagens.
As duas primeiras são comuns,existindo,também,noutros países. A última só existe nas ilhas Selvagens,no arqeuipélago da Madeiras,ou seja,é uma espécie endémica(particular nessa região ou zona)desta zona.

Preferem a noite e saem dos seus refúgios ao final do dia. Muitas vezes são vistas nas paredes e junto dos canteiros á espera do seu alimento: insectos e pequenos animais. As osgas põem ovos mas só dependendo da temperatura ambiente,os ovos levam 5 e 12 dias a incubar,até nascer a pequena osga.

Cá vai algumas espécies de osgas e algumas curiosidades:

-Osga-moura é uma das três espécies que existem no nosso país.

-Osga-gigante vive na nova Caledónia e mede trinta centímetros.

-Osga-anã cabe numa moeda de cinco centímos e só podes ver na República Dominicana.

-Osga-tokay pode medir perto de trinta centímetros e apresenta o corpo salpicado de manchas amarelas ou avermelhadas. É conhecida por ser bastante agressiva mas mesmo assim há quem a tenha como animal de estimação e se for bem tratada não ataca nem faz mal aos seus donos.

-Osga-voadora-de-kuhl existe nas florestas da Ásia cujo o seu corpo,patas e cauda têm membranas especiais que as ajudam a planar de árvore em árvore.

Como é que as osgas conseguem andar nas paredes,nos tectos e sobre o vidro?-O segredo está nas patas.Estão forradas de pequenas escamas com a forma de pêlos,muito fininhas,as setae.Cada setae é cerca de trinta e cinco vezes mais fina que um cabelo dos teus.Juntas geram uma força que as agarra.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

As cobras estão a desaparecer

A quantidade de cobras está a diminuir em todo o mundo segundo um estudo global. Os investigadores examinaram informações de dezassete populações de serpentes, que incluem oito espécies, durante as últimas décadas notaram que a maioria diminuiu por razões que ainda não estão claras, algumas populações caíram drasticamente por volta de 1998. Os especialistas, que publicaram os resultados da investigação na revista Biology Letters, consideram a descoberta "alarmante" e disseram que é necessária uma pesquisa mais profunda para compreender as causas.

"Esta é a primeira vez que analisamos a informação dessa forma, e o que ela revela é que em várias partes do mundo se produziu uma diminuição notável em um período curto de tempo", afirmou o líder do projeto, Chris Reading. "O que vimos nos surpreendeu."

Reading e sua equipe do Centro de Ecologia e Hidrologia do Reino Unido fizeram a investigação em conjunto com instituições da Austrália, França, Itália e Nigéria. O principal problema de quem pretende fazer um estudo global como esse é simplesmente a falta de informação. Monitorar a população de cobras implica marcar os indivíduos, para poder identificá-los depois, com uma mancha em alguma de suas escamas ou por meio de microchips. Os trabalhos de campo podem levar meses e devem ser repetidos todos os anos.Os investigadores confiam que possuem quase toda, se não toda, informação de longo prazo para seu estudo, ainda que neste contexto "longo prazo" possa significar mais de uma década, e em casos mais de duas. Dentro de um espaço de tempo relativamente curto, oito das dezassete populações diminuíram, algumas em mais de 90%, e só uma pareceu aumentar. Entre as espécies em queda estão duas européias, a víbora do Gabão (do oeste da África) e a píton real. As populações se reduziram até mesmo em áreas protegidas, o que indica que a perda progressiva do habitat natural de animais selvagens, que acontece em todo o mundo, não é a única causa possível.

Uma redução parecida no número de sapos e outros anfíbios em um período anterior foi atribuída a um fungo. O ano em que as cobras começaram a desaparecer, 1998, foi um dos mais quentes da era moderna devido ao El Niño. Isso faz pensar na possibilidade de que o clima possa ter alguma influência. Segundo a equipe de Reading, as causas podem ser muitas. Por essa razão, estão solicitando a colaboração de outros investigadores que disponham de informações sobre cobras para ampliar o espectro da pesquisa.

Um verão biodivertido

Será no ATL do Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva que todos com idades entre os 6 e os 12 anos poderão gozar de um Verão bem “biodivertido”…
Descobrir os segredos da vida nos jardins, apanhar minhocas, estudar os morcegos, descobrir os habitantes do fundo do mar.

Ver flores à lupa e estudá-las, colecionar um herbário, fazer teatro para os insetos, perceber que um pudim de algas é fácil de fazer e bom de comer. e muito mais.

As inscrições estão abertas! De 21 de Junho a 10 de Setembro

Nota: o programa repete-se de 15 em 15 dias, tendo cada dia um tema diferente.

5 dias – 160 euros (sócios: 140 euros)
1 dia – 40 euros (sócios: 35 euros)
Almoço e lanche incluídos.

"Insectos em Ordem"

O programa Bioeventos 2010, um conjunto de iniciativas de comemoração do Ano Internacional da Biodiversidade acolhe a abertura da exposição de divulgação científica sobre a diversidade de insectos intitulada "Insectos em Ordem", que estará aberto nos Museus da Politécnica, em Lisboa, até 28 de Novembro.

O ponto de partida é um desafio: todos podemos aprender os princípios da identificação das espécies de insectos. A partir daí, a exposição está feita como um labirinto educativo de 600 m2, em que os visitantes têm a missão de identificar a Ordem taxonómica do insecto (preservado em resina) que lhes é dado à entrada.

Desta forma, a configuração do espaço sejeita-se à chave dicotómica usada pelos cientistas, com cada caminho ramificando-se em outros dois, em que o visitante deve identificar o percurso a seguir ao observar as características do seu exemplar, até chegar à identificação da Ordem.

Ao longo da exposição, os visitantes irão aprender sobre 16 ordens diferentes de insectos, transformando este evento num grande jogo didáctico e interactivo da biodiversidade.

Propõe-se que os visitantes seja "biólogos por uma hora", identificando insectos enquanto aprendem sobre a sua diversidade no nosso país.

sábado, 29 de maio de 2010

Arte com animais!

Estão aqui algumas imagens de um artista que faz animias com as mãos:















O que achão?? Comentem.