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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Falcão-da-rainha visita Portugal no inicio do Outono.

Durante a migração, a península de Sagres, os cabos de São Vicente e Espichel ou a lagoa de Santo André são os locais onde se poderá avistar esta espécie, considerada nativa de Portugal, mas que nunca foi muito abundante no País. Pressão urbanística no litoral tem vindo a afastar a ave do território nacional.

Falcão-da-rainha é uma ave de rapina veloz e ágil que nos anos oitenta do século passado foi considerada extinta como reprodutora em Portugal. No entanto, no final do Verão e no início do Outono, quando acontece a migração, o elegante falcão passa pelo território português e pode ser avistado em zonas costeiras como na península de Sagres e no cabo de São Vicente (Algarve) e, mais raramente, no cabo Espichel e na lagoa de Santo André (Santiago do Cacém, Alentejo).
Também conhecida como falcão-de-eleonor, esta ave, considerada nativa de Portugal pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), nunca foi muito abundante (como nidificante) no País. "Na década de 80, havia uma colónia com cerca de dez casais, nas falésias, próximo da Ericeira, mas terá sido destruída nessa altura", conta ao DN Domingos Leitão, da SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves).
Sendo uma espécie costeira, enquanto reprodutora, a ave de rapina foi afectada pela pressão humana exercida sobre o litoral, nomeadamente no que respeita ao turismo, que lhe retirou os locais de nidificação. O lugar mais próximo de Portugal onde esta espécie de falcão ainda nidifica é nas ilhas Baleares, em Espanha.
A dieta alimentar do falcão-da-rainha é constituída maioritariamente por grandes insectos, entre eles as libelinhas, as borboletas, as cigarras e os gafanhotos. Mas desde o final de Julho e até Outubro passa a alimentar-se quase exclusivamente de pequenas aves como as cotovias, as andorinhas e as petinhas.
A característica mais peculiar desta espécie rara de falcões é o facto de atrasar a sua época de reprodução - começa em Julho, bastante mais tarde quando comparada com as outras aves migratórias, que se reproduzem na Primavera. O falcão-da-rainha atrasa a reprodução para que a altura em que os juvenis precisam de alimento coincida com o influxo de aves migratórias que voam sobre o Mediterrâneo e, desta forma, dispor de mais mantimento para si e para as suas crias.
Depois da reprodução, o falcão-da-rainha, de tamanho médio, cor escura, asas e cauda compridas, migra para a África continental e para a ilha de Madagáscar, onde passa o Inverno. Retoma uma dieta alimentar baseada em grandes insectos. Surge no Mediterrâneo em Abril.
Apesar de o seu estatuto de conservação ser pouco preocupante, o esbelto falcão-da-rainha está sujeito a diversos factores de ameaça nos locais onde cria e durante a migração. "As principais ameaças são a destruição de habitat, os problemas graves de perseguição directa (caça) e as pressões a que está sujeito durante a migração, que se revela muitas vezes uma jornada bastante perigosa", explica Domingos Leitão.
A Grécia é considerada o país mais importante para a preservação e conservação do falcão-da-rainha, pois, durante a época de reprodução, alberga aproximadamente 85% da população mundial da espécie. Por ser uma das espécies de aves mais importante da Grécia, já foi sujeita a diversos projectos e medidas que visam a sua protecção a longo prazo.
O falcão-da-rainha vive em colónias e chega a ser confundido com o falcão-peregrino que, no entanto, é maior e tem a cauda mais curta. Em Portugal, é uma espécie migradora de ocorrência ocasional.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Polinização das abelhas está a perder intensidade.

Pela primeira vez um estudo demonstra efeitos da redução das populações.

Há crescentes provas de um declínio nas populações de abelhas e os cientistas pensam que isso terá um efeito negativo na agricultura, mas pela primeira vez foi publicado um estudo que demonstra uma quebra na polinização produzida pelas abelhas. As consequências são potencialmente catastróficas na produção de alimentos, mas o estudo complica a questão, ao sugerir que as alterações climáticas podem ser uma causa secundária.

As abelhas são dos insectos mais activos na polinização das plantas. A polinização por insectos ocorre quando os animais, ao tocarem nos estames das flores, carregam consigo as células reprodutoras masculinas (pólen) que depositam no receptor feminino, estigma, de outra flor. Ora, com o declínio das populações de abelhas, constatado em muitos locais, é natural que ocorra uma diminuição da polinização e, portanto, na produção agrícola. Isto preocupa muitos cientistas, já que tem consequências na produtividade dos campos e poderá dificultar a alimentação da humanidade.

Faltavam as provas científicas deste efeito. O estudo de James Thompson, do Departamento de Ecologia da Universidade canadiana de Toronto, tem por isso grande importância, por ser o primeiro que analisa a questão a médio prazo e que inclui resultados de longos ensaios de campo.

Durante 17 anos, os cientistas mediram a polinização na flora selvagem de uma zona nas Montanhas Rochosas, no Colorado, EUA. Compraram até os terrenos, para garantir que não haveria interferência humana externa nestes ensaios.

Os declínios na polinização das abelhas verificaram-se ao longo dos anos, mas também no início de cada temporada, o que os cientistas explicam com o crescente desfasamento entre o ciclo das plantas e o fim da hibernação das abelhas daquela região. Foram realizados ensaios de controlo em que as plantas eram polinizadas pelos cientistas. O declínio das abelhas e também da polinização foi aumentando ao longo do tempo.

Por outro lado, os cientistas pensam que as alterações climáticas causaram o desfasamento entre a data do fim da hibernação e a abertura das flores. Em conclusão, a polinização tornou--se vulnerável a pequenas alterações, mesmo num ambiente relativamente livre de intervenção humana.

Entretanto, surgiu outra informação preocupante sobre o estado das populações de insectos polinizadores. Ontem, foi também divulgada a conclusão de um estudo britânico, segundo o qual a população de abelhões no Reino Unido está à beira da extinção.

Estes insectos tornaram-se tão escassos que se reproduzem em linhas geneticamente aparentadas, tornando-se mais susceptíveis a infecções por parasitas. Vulneráveis a doenças, estes insectos ficam em risco de extinção, afirmam os cientistas da Universidade de Stirling.

No Reino Unido, há ainda 24 espécies diferentes de abelhões, das quais pelo menos um quarto em grandes dificuldades de sobrevivência. Nas últimas décadas, desapareceram pelo menos duas espécies de abelhões no Reino Unido.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Baratas usadas em antibióticos.

Ingleses descobriram que o cérebro das baratas e o dos gafanhotos têm substâncias que podem ser usadas na cura de doenças.

Podem ficar sem comer cerca de um mês, possuem alta resistência à radiação (dez vezes mais que os humanos), adaptam-se a uma enorme variedade de condições e podem até desenvolver tolerância contra alguns tipos de veneno. Agora, o cérebro das baratas pode ser a chave na luta contra algumas doenças. Um grupo de investigadores descobriu que o cérebro destes insectos tem diversos químicos que podem ser usados para se fazerem antibióticos contra doenças que são bastante resistentes a medicamentos.

Um estudo conduzido por cientistas britânicos sobre o cérebro das baratas e o dos gafanhotos descobriu um número de químicos que podem matar micróbios como o SARM (ver caixa). Os investigadores esperam que esta possa ser uma arma poderosa para impulsionar a diminuição do número de antibióticos usados para tratar vários tipos de infecções bacterianas.

Na pesquisa, que foi divulgada num encontro da Society of General Microbiology, descobriram-se nove tipos diferentes de químicos nos cérebros de gafanhotos e baratas, todos eles com propriedades antibacterianas fortes o suficiente para matar noventa por cento de SARM sem danificar qualquer outro tipo de células humanas.

Simon Lee, da Universidade de Nottingham, é o autor do estudo. Para o cientista, é a capacidade das baratas em viver na sujidade e em condições infecciosas que faz o cérebro destes insectos ter este tipo de componentes. "Eles devem ter qualquer tipo de defesa contra microorganismos. Pensamos que o sistema nervoso das baratas precisa de ser constantemente protegido, porque se este for abaixo o insecto acaba por morrer. Apesar disso podem sofrer danos nas estruturas periféricas sem que isso aconteça", explicou à BBC News.

Agora espera-se que estes componentes possam ser usados no tratamento de infecções que já são resistentes aos mais variados tipos de medicamentos, como o E. coli - que pode provocar gastroenterites, infecções urinárias, apendicites ou meningites - e o SARM, que estão a tornar-se difíceis de tratar, mesmo usando os antibióticos mais poderosos.

"Um rácio de mortes de 90% é um valor muito alto. Mesmo depois de ter diluído a substância, o que significa que havia apenas uma pequena quantidade dela na solução." Os antibióticos convencionais reduzem o número de bactérias e deixam o nosso sistema imunitário tratar do resto do problema. Por isso, para se ter algo com tanto poder de eliminação, que é também tão potente numa dose tão pequena, é bastante promissor", disse Simon Lee.

Apesar da novidade, os componentes ainda vão precisar de anos de testes para se avaliar a segurança e a eficácia antes de serem desenvolvidos medicamentos para o mercado.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A guerra das estrelas.

Se as partir, multiplicam-se. As estrelas-do-mar podem ser uma verdadeira praga para pescadores e donos de viveiros de ostras. Mas são indispensáveis ao equilíbrio ecológico.

As estrelas-do-mar têm uma característica que as torna únicas - sempre que perdem um dos braços, regeneram-no. E se o braço partido levar consigo um pouco que seja do corpo (basta um quinto do disco central), dá origem a uma nova estrela-do-mar. Um fenómeno curioso mas que transforma as estrelas-do-mar em verdadeiras pragas, capazes de devorar recifes de coral e campos de bivalves, para desespero dos criadores de ostras.

Nas águas portuguesas existe uma espécie, a Coscinasterias tenuispina, conhecida como blue sea star (pelos tons azul-lilás que apresenta), que tem grande facilidade em perder os braços e os regenerar. "Ficam uns mais curtos que outros e é das únicas em que os braços não são necessariamente cinco ou múltiplos de cinco, como acontece com quase todas as estrelas-do-mar." Quem o diz é Dora Jesus, bióloga marinha, que, nos anos 90, fez um dos únicos estudos que existem no País sobre as estrelas.

Ao todo, no mundo existem 1500 espécies de estrelas-do-mar, nenhuma delas unicamente portuguesa. Mas encontram-se ao longo de toda a costa. "Não existe informação em relação ao número de indivíduos nem sobre o Estatuto de Conservação. Nada nos permite saber se são abundantes no País, ou até se estão em expansão", salienta a bióloga.

Sabe-se apenas que se distribuem de acordo com as suas próprias características de habitat, que variam entre águas frias ou quentes. Temos estrelas-do-mar provenientes da zona do Mediterrâneo, outras com características das águas boreais (que ocorrem também no Norte da Europa) e ainda com características das águas africanas (no caso da Madeira). Há também espécies nos Açores, características das Caraíbas, que são trazidas pela corrente do Golfo.

Para sobreviverem nas nossas águas precisam de temperatura e nutrientes. "A alimentação é o mais importante. Mas, no caso de fazerem a reprodução sexuada, necessitam também de outros exemplares da espécie." É raro encontrar estrelas-do-mar em grupos. "São animais sedentários que precisam de correntes para se deslocarem. Mas às vezes são levadas pelas redes de arrasto."
São consideradas uma praga, constituindo um problema para a ostreicultura, "pela força que os braços têm em abrir as conchas e pela capacidade de deitar o estômago para fora quando comem". E é muito frequente os pescadores encontrarem-nas agarradas às armadilhas e redes, comendo os peixes que lá ficam. "Vêem-se muitas estrelas nas rampas dos portos, que são atiradas fora, quando as redes saem da água", explica Dora Jesus.

O seu apetite voraz coloca-as como predadoras de topo da cadeia alimentar. "São capazes de comer peixes inteiros." Em Espanha são responsáveis por elevados prejuízos económicos, sendo necessário, muitas vezes, retirá-las à mão da água. Mas a solução não é parti-las... em menos de um mês estarão totalmente regeneradas ou até duplicadas.

Dora Jesus alerta ainda para a necessidade de manter o equilíbrio dos habitats. "Retirar algumas dezenas de estrelas-do-mar por dia numa mesma zona é sinónimo de mais ouriços-do-mar", um outro predador, da mesma família dos equinodermes, capaz de transformar as pradarias subquáticas em verdadeiros desertos.

Por isso, quando se sentir tentado a levar para casa, no final do dia de praia, uma bonita estrela-do-mar (uma brincadeira que todos fizemos em criança) pense duas vezes. Até porque, como explica a bióloga, "nem todas servem para secar e servir de adorno. Em Portugal, temos muito poucas que tenham essa capacidade. A maioria das espécies de Asteroidea tende a desfazer-se e a ficar gelatinosa". E vai para o lixo...

Formigas conseguem afastar elefantes.

Cientistas americanos descobriram que as formigas são capazes de proteger dos elefantes as árvores onde vivem. Grupos de formigas, cada uma com apenas 5 miligramas, são capazes de afastar elefantes que têm mil milhões de vezes esse peso.

As observações de campo foram realizadas no Quénia, onde os investigadores da Universidade da Flórida constataram que os elefantes esfomeados raramente comiam folhas de uma espécie, a Acacia drepanolobium, árvore que está protegida por formigas capazes de atacar qualquer animal intruso que perturbe a árvore.

As formigas funcionam como protectores das árvores, obtendo em troca um ambiente seguro e alimento vegetal. Os cientistas fizeram várias experiências com elefantes inexperientes para testar a observação. Numa delas, os elefantes podiam comer da sua espécie favorita, Acacia mellifera, mas também da espécie protegida pelas formigas, verificando-se que os animais gostavam de ambas. Quando foram colocadas formigas em apenas uma das espécies de árvores, nas preferidas ou nas outras, os elefantes evitaram sempre as formigas.

A investigação poderá ter implicações na protecção de colheitas, um dos problemas do choque entre humanos e elefantes.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Animal parecido com vespa.

No dia 29 de agosto de 2010 entrou-me um insecto estranho na varanda parecido com uma vespa de patas longas e sem as riscas abituais das vespas (riscas só nas patas) e o mais estranho é que não encontrei na internet nem em livros mas deduso que seja uma especie de vespa.
Cá vai umas fotos:





As imagens não são da melhor qualidade mas dá para observar...